Santa Marta de Penaguião Território
O concelho de Santa Marta de Penaguião fica situado na parte sul do distrito de Vila Real, muito próximo de importantes centros turísticos e culturais como o de Vila Real, Peso da Régua, Lamego e Amarante. Faz parte, na sua quase totalidade, da Região Demarcada do Douro, tem a Noroeste a Serra do Marão, e encontra-se rasgado de Norte a Sul pelo rio corgo.
O concelho de Santa Marta de Penaguião estende-se por 69 Km2, com um total de 10 freguesias e 8.575 habitantes, com uma densidade populacional de 123 habitantes por Km2.
Histórico de Alvações do Corgo

Embora haja referências ao nome nas “Inquirições” de 1258, nunca é afirmada como freguesia. No capítulo do “Julgado de Panóias”, sob o título da “Freguesia de Santiago de Vila Nova (Folhadela)” é dito: «… o monte da Azinheira (“Açineira”) com o seu termo, que está na Ermida do Corgo, é do Rei, e agora têm-no por força, os homens de Santa Comba, que são dos militares, e os homens de Lobrigos e os homens de Alvações Velha (“Aluações Veteribus”), e o Senhor Rei não tem lá nada»… E noutra passagem, mas sob o título da “Freguesia de São Miguel de Poijares” refere-se que uns cavaleiros de Alvações venderam e eliminaram a portagem da foz do Corgo: «Martim Diaz da foz do Corrago, iurado e perguntado, disse que sabe que sójam sacar portagem de foz de Corrago e deu em defendela e venderam-na os cavaleiros de Alvações e defenderão aos que a sacavam que a não sacassem e ora não há ende El Rei migalha» (e El Rei não tem lá nada!).
Documentos Históricos

No Foral de D. Manuel (1519), Alvações não aparece como integrando o Concelho de Penaguião, o mesmo acontecendo na “Corografia Portuguesa” de 1706. O que não admira, pois pela mesma época na “Relação de Vila Real e Seu Termo” (1721) é dita a “Freguesia de Santo António de Alvações de Corgo”: «A igreja de Santo António de Alvações de Corgo consta-se erigida no ano de 1660 (a igreja atual, como é bem visível, é mais recente, pois foi reconstruída há pouco mais de cem anos, na sequência de um incêndio que destruiu quase totalmente o edifício anterior, restando do século XVII apenas a fachada). É curato anual, que alternadamente apresentam o comendador de São Miguel da comenda de Poijares do termo desta Vila Real e o abade de São João de Lobrigos, conselho de Penaguião, da comarca de Lamego, e de ambas estas igrejas é esta anexa e a ambas lhe pertencem os dízimos dos frutos delas, a meias, e uma é da religião de Malta, e outra é do padroado do marquês de Arronches (S. João de Lobrigos)(…) Há nesta freguesia dois lugares, a saber, este de Alvações de Corgo, que tem 57 moradores (fogos), e Azinheira que tem 16. Fica em sítio muito encostado, distante desta Vila Real duas léguas para a parte sul…».
Dados Paroquiais e Demarcações

Em 1758 (“Memórias Paroquiais”), o seu cura, padre Domingos Pereira, diz que «a freguesia de Alvações do Corgo está na Província de Trás-os-Montes, no Arcebispado de Braga Primaz, comarca e termo de Vila Real (…) tem noventa e quatro fogos, pessoas de confissão e comunhão duzentas e cinquenta e menores trinta e cinco (…) não tem juiz ordinário, nem câmara e está sujeita ao governo das justiças de Vila Real…».
Demarcações e Reformas Administrativas

Nas Demarcações Pombalinas de 1757/1761, Alvações também é dita no concelho de Vila Real, acontecendo o mesmo por alturas da “Devassa” de 1771/1775, onde se afirma, expressamente, acerca de vários inquiridos que são «de Alvações do Corgo, (Vila Real)», sendo na Reforma Administrativa de Passos Manuel em 1836 que passará a integrar o concelho de Santa Marta de Penaguião.
Biografia de António José da Silva
António José da Silva nasceu em Alvações do Corgo em 1886. Capitão do exército, quando ainda Tenente foi nomeado Governador Civil do distrito de Vila Real em 11 de Junho de 1926. Teve um mandato agitado: foi demitido em 15 de Setembro, preso na reclusão militar, julgado, mas considerado inocente, foi novamente reintegrado na função de Governador, exercendo até 17 de Fevereiro de 1927.
Histórico da Freguesia de Cumieira

A freguesia de Cumieira fica no extremo nordeste do concelho de Santa Marta de Penaguião. O seu povoamento remonta a épocas pré-históricas. No que diz respeito a vestígios arqueológicos, o Monte Maninho é um povoado fortificado da Idade do Ferro, que continuou a ser habitado na época romana e na Idade Média. Ainda são visíveis, atualmente, vestígios desse antigo povoado. Na parte superior do esporão, encontram-se à vista alicerces de construções, constituídos por seis muros de xisto com cerca de meio metro de largura e cerca de um metro de altura. Na encosta oriental, desenham-se duas plataformas delimitadas por taludes artificiais de suporte de terras ou de linhas defensivas. Na encosta ocidental, amontoam-se pedras de construção. Estas pedras fariam parte, muito provavelmente, de uma antiga linha defensiva.
Documentação Histórica
O primeiro documento escrito sobre a freguesia data de 1139. Trata-se de uma doação feita por D. Afonso Henriques ao Mosteiro da Ermida, do couto que nesse ano instituía sobre o rio Corgo, em terras de Panóias, de frente de Lobrigos. Nas inquirições de 1258, ordenadas por D. Afonso III, a paróquia de Cumieira era já uma realidade. Chamava-se então Santa Eovaye d’ Anduji e pertencia ao julgado de Penaguião. Como se pode ver, Santa Eulália (Santa Eovaye) era já o orago da freguesia. Quanto ao topónimo Cumieira, tem um claro sentido topográfico. Nesta altura, quase todos os topónimos desta freguesia aparecem documentados também a partir do século XII. Um dos lugares da freguesia, o lugar da Veiga, recebeu carta de foral por D. Manuel I em 15 de Dezembro de 1519. Era então a mais desenvolvida das povoações da área da atual freguesia.
Património e Igreja Paroquial

Em termos eclesiásticos, a antiga freguesia era uma abadia da apresentação da mitra da Sé de Braga. Pertenceu depois ao bispado de Lamego até à criação da diocese de Vila Real. Em termos de património edificado, as tradições históricas de Cumieira estão presentes. A começar pela Igreja Paroquial de Santa Eulália, classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1983. Terminada a construção em 1729, conforme inscrição na fachada principal, foi enriquecida na centúria seguinte com pinturas das paredes e das abóbadas, da autoria de Nicolau Nasoni. Essas pinturas, hoje em dia, já não são visíveis. É uma igreja de características barrocas e rococó. Planta longitudinal composta de nave única e capela-mor, com planimetria de tradição maneirista. A fachada principal, ladeada por duas pilastras, tem ao centro a porta encimada por um nicho com a imagem da padroeira. A torre sineira é dividida em três secções separadas por “cornijas”. Contém um conjunto de talha dourada barroca, muito rica e sumptuosa, principalmente a do altar-mor. Os marcos de demarcação da zona de produção de vinhos generosos também estão classificados como Imóvel de Interesse Público. São três marcos que assinalam, na área da freguesia, o limite da produção do vinho do Porto. Estão espalhados por outras freguesias e por outros concelhos do distrito de Vila Real.
(Fonte: www.retratoserecantos.pt)
Toponímia e Documentos Antigos
Há quem defenda que o nome “Cumieira” aparece num documento de 1139, a “Carta de doação e couto da ermida de Santa Comba” dada por D. Afonso Henriques. No entanto, analisado bem o texto original e o sítio a que se refere, “illa cumeira”, significa apenas “aquela cumeada”, e indica exatamente a cumeada do Monte da Gaivosa, que definia o limite ocidental desse Couto e que, ainda hoje, é fronteira entre os concelhos de Vila Real e de Santa Marta de Penaguião. Até porque nas “Inquirições” de 1258, Santa Eulália da Cumieira é dita como a “Freguesia de Sancta Ouaija d’ Andufe”. E na “Inquirição da Beira e Além Douro” feita em 1288 (D. Dinis), é referida como a “Freguesia de Santa Ouaya”. É no arrolamento das igrejas paroquiais taxadas, feito em 1320-1321, mas situando-a na “Terra de Panóias”, que se encontra a referência talvez mais antiga à “Igreja de Santa Ouaia de Cumieira”.
Foral e Corografia
No foral de D. Manuel (1519) e no “Título Veiga” aparece o nome “Cumieira”, mas apenas quando se diz que «Joham Vaz e André Vaz da Cumieira trazem cinco casaes do mosteiro do Freixo de que pagam em dinheiro oitenta e dois réis e quatro pretos» (reais pretos). Na “Corografia Portuguesa” (1706), a “Freguesia de Santa Eulália da Cumieira” integrava o “Concelho de Penaguião”, sendo abadia da Mitra de Braga.
Igreja Matriz e Património Cultural
A sua Igreja Matriz foi construída no início do século XVIII (na frontaria tem um modilhão, datado de 1727) tendo sido as paredes e a abóbada pintadas por Nicolau Nasoni em 1739; pinturas hoje perdidas, restando apenas na pardieira da porta principal a inscrição que nos prova assim ter acontecido: (“NICOLAO NASONIO SENENSIS PINGEBAT ANNO 1739”). A fachada principal, ladeada por duas pilastras, tem ao centro a porta encimada por um nicho com a imagem da padroeira, Santa Eulália. A torre sineira é dividida em três secções separadas por cornijas. Contém um conjunto de talha dourada barroca, muito rica e sumptuosa. Foi classificada como “imóvel de interesse público”, pelo Decreto 8/1983 de 24 de Janeiro.
Outros Imóveis de Interesse Público
A Igreja Paroquial não é o único Imóvel de Interesse Público da Cumieira. Na Adega Cooperativa da Cumieira é possível encontrar outro elemento desta natureza, o Marco granítico n.º 55, da delimitação da Região Demarcada, que caracteriza parte importante de toda a região vinhateira do Alto Douro inscrita na lista de Património Mundial da UNESCO sob a designação genérica de “Alto Douro Vinhateiro”.
Demografia e História Recente
Em 1758, o abade da Cumieira, Manoel de S. Jozé Justiniano, diz que «pertence a esta freguesia a Província de Trás-os-Montes por ser nela situada, é do Arcebispado de Braga Primaz das Hespanhas, chama-se Cumieira, é da Comarca de Vila Real, na jurisdição eclesiástica e no secular do concelho de Penaguião (…) Tem esta freguesia duzentos e oito vezinhos, entre os quais são maiores setecentos e quinze e menores cinquenta e cinco…».
Demarcações Pombalinas e Rebeliões

Parte da área da freguesia da Cumieira foi incluída nas “Demarcações Pombalinas”, feitas no concelho de Penaguião em Outubro de 1758: «E do dito marco se continua ainda a seguir pela mesma estrada, e vai dar ao Cruzeyro do Lugar do Assento; cujo Lugar é da freguesia da Cumieira». Na “Devassa” de 1771/1775, os inquiridos e infratores residentes na freguesia, delatores e culpados de introduzirem “vinho de ramo” na zona da demarcação do “vinho de embarque”, ultrapassaram, de longe, a centena. E nas Demarcações Subsidiárias do tempo de D. Maria I (1788/1790), mais de duzentos dos seus vinhedos foram considerados como aptos a produzirem vinho de feitoria daí em diante.
Atividade Política e Personalidades Nativas
Em 1828, «vamos encontrar, no termo de Santa Marta, bem longe dos bastiões liberais de Cima Corgo, a povoação da Cumieira, onde há muito se manifestava um ativo núcleo constitucional, que se saldou em 61 réus processados na devassa da rebelião», ordenada por D. Miguel quando então assumiu o trono como rei absoluto.
Personalidades Nascidas na Cumieira
Nasceram na Cumieira o Marechal António Teixeira Rebelo (1750-1825), fundador do Colégio Militar e Secretário de Estado dos Negócios da Guerra em 1821, no reinado de D. João VI; e Frei Manuel Rebelo da Silva (1767-1849), sócio correspondente da Academia de Ciências, que ficou conhecido por ser perito em línguas orientais, sobretudo o hebraico e o árabe.
Fonte
Texto gentilmente cedido por Dr. Artur Vaz. Fonte: www.cm-smpenaguiao.pt
Histórico da Freguesia de Fontes

É a maior freguesia do concelho em extensão territorial, e está situada nas abas do Marão, cujo cume mais alto toca, nas imediações da Senhora da Serra, onde divide com a freguesia da Teixeira, concelho de Baião, e um pouco com Ansiães, concelho de Amarante.
Vestígios Arqueológicos
No seu território encontraram-se vestígios de um remoto povoamento castrejo, nomeadamente no Monte de S. Pedro, local também profundamente romanizado, como prova a pedra votiva (ara) aí encontrada, nos meados do século XX; pedra que tem a seguinte inscrição latina: “AUGE CILEAE MIN. ME VOT. L. PO.” Aliás, é mais que provável que também no Monte de S. Pedro se tenha localizado o “Castelo de Penaguião”, do qual há notícia ter sido destruído pelos meados do século XIII, e que é citado em 1202 no Foral que D. Sancho I concedeu aos quarenta moradores de Tabuadelo, Fontes e Crastelo: “omnibus populatoribus de Tauoadelo, et de Fontes et de Crastelo, numero XXXXª facio cartam firmitudinis de foro”. Foral confirmado, em 1218, por D. Afonso II. E de certa forma em Abril de 1248, quando D. Afonso III enviou uma carta ao Juiz e concelho de Fontes («vobis Judice et concilio de Fontibus»).
Inquirições e Documentos Históricos
Nas várias Inquirições do século XIII, Fontes foi amplamente citada, umas vezes como freguesia do Julgado de Penaguião (em 1258), outras como constituindo mesmo um Julgado próprio: em 1287: «en no Jullgado de Ffontes…»; e em 1288: «Julgado de Ffontes: He todo regaengo del Rey e teeno os homees encartados por ssa renda. Item estee como esta»: (É todo reguengo de El Rei, e por carta (de foral) todos os homens sabem qual é a sua renda. Fique, pois, como está). Em 20 de Abril de 1297, D. Dinis fez, a favor da Ordem do Hospital, «Carta de perpétua doação, e doamos, e concedemos perpetuamente e irrevocavelmente todo o direito de Padroado, entre outras, da Igreja de Santiago de Fontes, Bispado do Porto (et Ecclesiae Sancti Iacobis de Fontibus Dioecesis Portucalensis)…». O padroado a favor da Ordem do Hospital ou de Malta, ainda existia no século XVIII.
Confirmações e Privilégios
Em 23 de Dezembro de 1394, D. João I confirmou os privilégios de Fontes: «Carta porque o dito Senhor confirmou e outorgou ao concelho e homens bons do Julgado de Fontes de Riba Douro todos seus privilégios, foros, liberdades, bons costumes de que sempre usaram e etc.». E no foral de D. Manuel (1519), Fontes é concelho anexo ao concelho de Penaguião, com um capítulo próprio: «E tem mais o senhorio na dita terra e concelho de Penaguião estes direitos seguintes no concelho particular e lugar de Fontes, convém saber…».
Títulos Nobiliárquicos

Os Condes de Penaguião, a partir do 4º titular, D. Francisco de Sá e Meneses (1640-1677), por mercê do Rei Afonso VI, passaram a utilizar também o título de Marqueses de Fontes.
Corografia e População

A “Corografia Portuguesa” (1706) fala em «outros Concelhos mais inferiores subordinados a este de Penaguião, por ser cabeça de todos, como são Fontes, Moura Morta e Godim», embora considere a Freguesia de Santiago de Fontes – «vigararia confirmada que apresenta o Comendador de Malta, e tem 300 vizinhos… – como uma das 14 freguesias do concelho de Penaguião.
Inquéritos Paroquiais e Demografia
Nos Inquéritos Paroquiais de 1758, o seu Vigário, Frei António Paullo Mendes de Souza, informa que «Fontes está na Província de Trás-os-Montes, dentro do Bispado do Porto e Comarca da cidade de Lamego, porém termo próprio (…) Tem e compreende de pessoas maiores oitocentas e quarenta e duas e de menores noventa e uma e fogos trezentos e onze (…) Terra é esta villa de Fontes que é honrada com a vara do juiz ordinário de cível, crime e órfãos, acompanhando o juiz com dois vereadores, um procurador e um almotacé feitos pelos homens bons do povo (por) eleição trienal, com a assistência de um ministro ouvidor, posto na mesma terra pela Senhora donatária Dona Ana de Lorena (…) Tem capitão-mor por El Rei confirmado pelo General da Praça de Chaves, de quem é súbdito…». O concelho de Fontes, que tinha adstrita a si a maior parte da freguesia de Fornelos, só é extinto em 1836, na Reforma Administrativa de Passos Manuel (Decreto de 6 de Novembro e Código Administrativo de 31 de Dezembro do mesmo ano).
Feiras e Festividades
O vigário que nos informa ainda que «há na relatada capela de Nossa Senhora do Viso, sita nas fraudes da bem afamada serra do Maram, no circuito dela, feira forra e franca no dia oito de todos os meses do ano e com a mesma circunstância e destinação acresce dois dias mais no dia oito de Setembro, dia do nascimento de Nossa Senhora, aonde concorre inumerável número de gente de todo o Reino e se vende fazenda de todo o género sem tributo». Nos dias de hoje, deixou de ter a importância que já teve, apesar de continuar a acontecer todos os primeiros Domingos de cada mês (em Setembro, Festa da Senhora, é “feira de ano”).
Santuário da Senhora do Viso


Santuário da Senhora do Viso que era assim descrito em 1716: «É este Templo da Senhora grande e perfeito, não só quanto à arquitectura, mas também aos ornamentos: está todo coberto de azulejo e o tecto é pintado com muito ricas pinturas dos Mistérios da Senhora. Tem dois arcos de pedra lavrada e quatro pias de água benta de jaspe, porque tem três portas… (in “Santuário Mariano”, de Frei Agostinho de Santa Maria). Pela sua parte, o P.e João Parente, na sua obra “A Idade Média no Distrito de Vila Real – IV Volume” (2014), diz-nos sobre o Santuário do Viso que «ostenta a nobreza da sua antiguidade em duas portas medievais: a fachada principal, de arco redondo com as arestas biseladas, imposta e ombreiras ornadas de toros; e a da fachada voltada ao sul, também de arco redondo, com as arestas biseladas».
Igreja Paroquial de Fontes

A atual Igreja Paroquial de Fontes foi construída nos meados do século XVIII e tem talha e pinturas da época (uma destas representa um “Santiago Mata Mouros” e ostenta a data de 1775). Digna de realce é também a capela de S. Sebastião (ou “Capela do Santo”), em plena povoação de Fontes, por conservar um lindíssimo altar de talha renascença italiana, datado de 1686. Pela sua beleza e por serem genuínos exemplares da arte religiosa e popular, refiram-se ainda os Cruzeiros de Fontes e Cristelo.
Personalidades Nativas
Nasceram em Fontes os irmãos editores e livreiros José Pinto de Sousa Lello (1861-1925) e António Pinto de Sousa Lello (1869-1953), fundadores da Livraria Lello, na cidade do Porto.
Fonte
Texto gentilmente cedido por Dr. Artur Vaz. www.cm-smpenaguiao.pt
História de Medrões

Ao longo do século XIII, foram vários os documentos que tiveram como objeto herdades e outros terrenos no termo de Medrões. Referenciemos, em 1251, as Cartas de Foro de Meirão (Mirão ou Marão), Nogueira e Sobrado; em 1272, nova Carta de Foro de Nogueira; em 1287, a Carta de Foro de “amha Erdade que he em thermo de Medrões” (da minha Herdade que está no termo de Medrões). Em 1295, a Carta de Foro de um reguengo em Medrões. Nas Inquirições de 1258 e nas de 1288, Medrões era freguesia do Julgado de Penaguião.
Foral de D. Manuel I
No Foral de D. Manuel I, há o “Título de Mondrooens”, mas também o “Título de Marom”. Na “Corografia Portuguesa”, em 1706, a Freguesia de S. Salvador de Medrões integrava o concelho de Penaguião, sendo abadia do padroado do Senhor de Murça, com 200 vizinhos. Nas demarcações pombalinas, todas as suas vinhas ficaram fora da área autorizada a produzir vinhos de feitoria; sendo que, só no tempo de D. Maria I, algumas das suas quintas foram consideradas aptas para tanto.
Inquérito de 1758
Igreja Matriz de Medrões

Fontenário do Século XVIII

Como elemento importante na arquitetura civil e digno de nota, é o fontenário do século XVIII com as armas reais, e por isso chamado Fonte do Rei: “Tem esta freguesia uma fonte feita por Sua Majestade que Deus guarde na borda da estrada que vai de Penaguião para a cidade do Porto; é água excelente para beber e esta nunca falta” (idem).
Fonte
História de Sever

Foral de D. Manuel
No foral de D. Manuel, temos o “Título de Sever”, o “Título de Mafomedes” e o “Título de Concieiro”. Em 1706, na descrição da “Corografia Portuguesa”, Santo Adrião de Sever é uma abadia apresentada pelo Marquês de Fontes. E na anulada Demarcação de 1757: «E seguindo a estrada que vem de S. Martinho para Sever, até ao sítio do Calvário, descendo pelo monte abaixo em direitura à estrada que vai da Igreja de Sever para Mafomes…».
Informações de 1758
Igreja de Santo Adrião de Sever


Contribuições do Abade de Sever
Governador Civil do Distrito de Vila Real
Fonte
Sanhoane

e Sanhoane
Nas “Inquirições” de 1258, foi dita como “Freeguisia de Sant Andre de Medim”, mas na descrição que é feita aparece, pelo menos duas vezes, o nome de “San Joahanne de Medim”. No mesmo ano, na “Carta de Foro de Laurentim”, referiu-se “Sancto Iohanne de Medym”. E na “Inquirição da Beira e de Além Douro” (1288), “Freguesia de S. Joham de Medim”.
Documentos Históricos
Em 1281, na “Carta de doação do Casal de Outeiro”, foi afirmada como “Sancto Joahanne de Medim”. E, em 1519, no Foral de D. Manuel, como “Sanhoane de Medim”, sendo o nome “Sanhoane” repetido outras vezes.
Corografia Portuguesa

Mas, em 1706, na 1ª edição da “Corografia Portuguesa” do P.e António Carvalho, é freguesia de “Santo André de Medim”, com 80 vizinhos e um vigário confirmado que apresentava ao Bispo do Porto, rendendo quatrocentos mil reis para os frades de S. Domingos. Para, em 1758, nas respostas dadas ao inquérito que nessa época foi feito a todos os párocos do Reino, o Reitor de Santo André de Medim, P.e Manuel Francisco Gonçalves (ou Gomes), nos elucidar: «Medim, por outro nome Sanhuane, hé lugar na Província de Trás os Montes, Bispado do Porto. No secular he da Comarca de Lamego; no foro eclesiástico é da Comarca de Sobre o Tâmega. Freguesia de Santo André do mesmo lugar de Medim (…) tem setenta e cinco vizinhos e noventa pessoas (…) hé do termo do concelho de Penaguião».
Devassa de 1771/1775
Em 1771/1775, foi das freguesias do Alto Douro mais castigadas no âmbito da grande “Devassa”. Aliás, o Desembargador que presidiu ao inquérito e a sua equipa, bem como a tropa que os protegia, permaneceram (“fizeram aposentadoria”) em Sanhoane longos meses, onde registaram cerca de 300 depoimentos, todos do concelho de Penaguião.
Igreja Matriz

A igreja Matriz foi construída ao longo do século XVIII (numa porta da capela-mor que dá acesso à sacristia tem a data de 1721; no arco de cruzeiro, 1761; na frontaria, 1779). É um dos mais imponentes templos da Região. A talha de estilo joanino é, no seu todo, um conjunto preciosamente harmonioso. Evidencie-se a base do altar da capela-mor, em pedra, em unidade de estilo com a talha de madeira, trabalho raríssimo.
São João de Lobrigos

São João de Lobrigos
Nos documentos do concílio de Lugo, em 569, entre as aldeias (“pagos”) que integravam a Sé Portucalense aparece “Aliobrio”. A mesma localidade onde o P.e João Parente garante que os Visigodos cunharam moeda. Nome que, na opinião do mesmo investigador, se refere a Lobrigos, mesmo quando evoluiu para “Aloifrio”, ou “Aliofrido”, em documentos do século XII, (nomeadamente, em 1116, quando D. Teresa (mãe de Afonso Henriques) trocou uma herdade em Fontelas por «uma vinha que tanto me agradou e que é situada em Aloifrio, no termo Portucalense, sob o monte Marão, por onde corre o rio Sarmenha e o rio Douro…», e, em 1138, na Carta de testamento feita pelo nosso primeiro rei à ermida de Santa Comba nas margens do Corgo, onde é citada uma outra «sancta Columba de alio frido»).
Doação de Lobrigos
Mais próximo da forma atual e sem sombra de dúvida, em Abril de 1183, D. Afonso Henriques faz carta de doação do reguengo de Lobrigos a Egas Gomes (“de illo regalengo meo quod dicitur Louerigos”). Em 1210, na carta de Foro do Monte Argemudães, concedida por D. Sancho I, foi dito que esse monte «diudit (divide) cum Louerigos et cum Villa Maior e inde cum Remustruyaz et cum Peso e inde per venam (pelo leito) de Corrago (rio Corgo)…». Em 1258, Lobrigos foi também citado na “Carta de Foro” de Laurentim. Para, nas Inquirições do mesmo ano (sob o título «Freeguisia de Sam Johane de Louerigos», bem como nas de 1288 («freguesia de Sam Joham de Louorigos»), integrar o Julgado de Penaguião.
Foral de D. Manuel
No foral de D. Manuel, aparece o “Título de Lobrigos”. Na “Corografia Portuguesa”, em 1706, S. João de Lobrigos era uma Abadia do Padroado do Marquês de Arronches, e tinha 200 vizinhos.
Companhia Geral de Agricultura
Na “apresentação” que os principais lavradores de cima do Douro e homens bons da cidade do Porto fizeram ao Marquês de Pombal, em 1756, pedindo a criação da Companhia Geral de Agricultura das Vinhas do Alto Douro, foi dito: «que o abade de Lobrigos já tinha largado a sua igreja, por não ter já com que pagasse a pensão dela». O que não deve ter sido verdade, porque o Abade de Lobrigos, Duarte Carlos da Silva Carneiro, uma vez criada a Companhia, é um dos seus primeiros acionistas; e dois anos depois, em 1758, afirmando que o rendimento da abadia é de 10.000 cruzados por ano, apenas diz que assim é «um ano por outro, excepto em alguns quando se dificulta a saída dos frutos, chegando a render metade».
Riqueza da Abadia
Efetivamente, a Abadia de S. João de Lobrigos, que, nos inícios do século XVIII, renderia três mil e quinhentos cruzados, nos meados do mesmo, com os aumentos da produção de vinho fino e da sua exportação, poderia render dez mil cruzados, como confessou o seu abade, sendo por isso uma das mais ricas e cobiçadas do país. Tanto assim era que, numa relação de proprietários do Douro que tinham nas suas adegas 100 ou mais pipas, em 1770 e no que ao concelho de Penaguião respeitava, o Abade de S. João de Lobrigos, com 366 pipas de vinho fino, era o maior produtor do concelho. O próprio Camilo Castelo Branco, na segunda metade do século XIX e numa das suas novelas – “A Brasileira de Prazins” – ainda se fazia eco dos bons proventos da abadia, quando contou: “… o abade de Lobrigos, tinha liteira, parelha de machos, matilha de cães e hóspedes na sua residência episcopal…”.
Igreja Matriz de Lobrigos

O maior expoente do património edificado da freguesia é a sua Igreja matriz, cuja fachada principal é constituída por uma robusta torre sineira. O interior é de uma nave com capela-mor. No teto, os caixotões apresentam pinturas de motivos hagiológicos e cristológicos. É um templo maravilhoso, profundamente decorado com talha barroca nos altares, no arco triunfal, nas molduras dos caixotões e dos
quadros, no coro alto e nos espaldares dos confessionários. Acerca desta Igreja, diz Correia de Azevedo no seu “Património Artístico da Região Duriense”: «Arquitetonicamente, a Igreja de Lobrigos apenas difere das outras igrejas do gênero pela sua torre, de remate estilo oriental, formando na base uma galilé. Segundo a inscrição de um túmulo existente na capela-mor, com a data de 1638, e uma outra existente na sacristia – 1728 – esta igreja deve ter sido construída parte no século XVII e parte no século XVIII. O que está bem patente na talha dos retábulos, onde prevalecem os estilos referentes às duas épocas.» A Igreja paroquial de S. João Baptista de Lobrigos foi declarada “imóvel de interesse público”, pelo Decreto 47 508 de 24 de Janeiro de 1967.
Capela do Espírito Santo

Com interesse e valor, é também a Capela do Espírito Santo no Cemitério, onde se pode admirar uma não muito frequente, mas antiga, representação em imagem da Santíssima Trindade, que no dizer popular é chamada de “Espírito Santo”. Tem uma interessante inscrição no supedâneo do altar-mor: “PIAE ET DEVOTAE SPVS SANCTICO N FRATERNITATIS EXPENSIS – 1619”. De assinalar ainda, no adro da Igreja Paroquial, um artístico fontenário em granito, também do século XVIII, e algumas Casas Solarengas da mesma época, espalhadas pela freguesia.
Personalidade Histórica
Carlos Correia Figueiredo Pimentel, nascido em S. João de Lobrigos em 1865, foi Governador Civil do Distrito de Vila Real, de 31 de Agosto de 1918 a 19 de Janeiro de 1919. Senhor da Casa de Vila Maior, foi ainda Administrador do concelho de Peso da Régua.
São Miguel de Lobrigos
Nos finais do século XII, D. Sancho I desterrou para “Terras de Lobrigos” um rico-homem chamado D. Gomes Gedeom por ter incendiado a igreja de S. Miguel de Borba de Godim, no Julgado de Celorico de Basto, dando-lhe como castigo adicional a missão de no local de desterro edificar uma igreja também dedicada a S. Miguel. D. Gomes Mendes Gedeom, uma vez em Terras de Lobrigos e no cumprimento da pena, deu princípio à edificação da Igreja de S. Miguel: «em quanto fijo a tal Igreja no logo (lugar) que ora jaz (está) fixou cabé (junto) o seu Pendom e non ousou de lidiar…». Na opinião de António Lello, estes factos ocorreram por volta de 1185/1188, atendendo ao requerido pelo Bispo do Porto, D. Martinho Pires, antes de 1190, para que a nova Igreja fosse incorporada no seu Bispado, ao qual já pertencia a paróquia de S. João Baptista de Lobrigos.
Documentos Históricos de S. Miguel
Em 1258, S. Miguel aparece na Carta de Foro do Reguengo de Laurentim a Egas Gomes: «meum regalengum de Lourentim quod est in termino de Penaguyam sicut diuidit cum Louerigos et cum Sancto Michaele….». E nas Inquirições do mesmo ano, é uma das 15 freguesias do Julgado de Penaguião, como “Freeguisia de Sam Miguel de Louerigos”. Já nas Inquirições de 1288, é dita «freguesia de Sam Miguel Dalhourio».
Foral de D. Manuel I
No foral de D. Manuel I (1519), aparece o “Título de Sam Miguel”. E de Junho de 1550 a Agosto de 1551, foi cura na igreja de S. Miguel de Lobrigos Guilherme Bro, que ficou célebre por ter sido padre católico e luterano confesso, sendo por isso queimado em auto de fé em 1555.
Corografia Portuguesa
Na descrição da “Corografia Portuguesa” de 1706, a freguesia de S. Miguel de Lobrigos era apenas um curato anexo à abadia de S. João de Lobrigos, tinha 100 vizinhos (fogos), mas já é referido que no lugar de Santa Marta está «o Tribunal do Concelho com a sua cadeia, sendo este o superior de todos…»
Igreja Paroquial
A igreja Paroquial (o atual edifício data do século XVIII) é um belo templo, com talha dourada da época, que retrata a natureza da região. O teto é formado por caixotões, os da capela-mor decorados com pinturas recentes, os do corpo da igreja com ornamentos em talha. Na arquitetura civil, destaque-se, na Vila de Santa Marta, um magnífico Solar do século XVIII: adquirido pelo Município em 1993, foi restaurado alguns anos depois, sendo atualmente os Paços do Concelho.
Pelourinho de Santa Marta

O Pelourinho de Santa Marta de Penaguião, assente numa base de três degraus redondos, de fuste cilíndrico liso e remate tronco-cónico, é Património Classificado como Imóvel de Interesse Público.
Capela Pública de Santa Marta

Também se destaca na localidade a Capela Pública de Santa Marta, padroeira da Região Demarcada do Douro, que foi criada por sugestão de Frei João de Mansilha (1711-1780), amigo e confessor do Marquês de Pombal, e o grande ideólogo da Demarcação da Região e da criação da Real Companhia das Vinhas do Alto Douro, seu Procurador junto da Corte, Inquisidor-Mor do Reino e Membro do Conselho de Sua Majestade D. José I, que nasceu e foi batizado na igreja de S. Miguel de Lobrigos.
Fonte
Textos gentilmente cedidos por Dr. Artur Vaz cm-smpenaguiao.pt
A União de Freguesias de Louredo e Fornelos

Características da Região
Praia Fluvial
Para os dias mais quentes a União de Freguesias oferece uma Praia Fluvial com características únicas na região e com infraestruturas que proporcionam, a todos os que a frequentam, momentos de lazer sem igual.
Fornelos

Nas Inquirições de 1258 e nas de 1288, ainda não era freguesia, apesar de ter sido objeto de uma “Carta de Foro” no ano de 1257: «Em nome de Deus. Seja conhecido de todos os presentes e futuros que eu, Afonso, por graça de Deus Rei de Portugal e Conde de Bolonha, dou e concedo a vós, João de Lâncea e Martinho Iohannis, povoadores de Fornelos e às vossas esposas, igualmente, toda a minha herdade que tenho no lugar de Fornelos( in ipso loco de Fornelos)…».
Documentação Histórica
Freguesia de S. Sebastião de Fornelos
Igreja Paroquial
Desta época é a Igreja Paroquial, um belo e harmonioso edifício, com boa talha barroca e teto pintado. Uma capela lateral tem a data de 1674 e na base do púlpito uma pedra refere 1718. Também do século XVIII devem ser as chamadas casas dos “Onze Moradores”, de arquitetura caraterística, bem visível nas escadas exteriores com corrimão e coberto de entrada assente em colunas de granito; janelas e as portas também em granito trabalhado. Segundo reza a história, Os Onze Moradores foram os fundadores da aldeia.
Demarcações Pombalinas

Nas Demarcações Pombalinas (1758) foram, em parte, consideradas aptas a produzir vinho de feitoria, as zonas de Cortiçadas e do Roso.
Louredo

freguesia de Louredo
Inquirições de D. Afonso II

Nas Inquirições de D. de Afonso II em 1220, na inventariação de Reguengos, Foros, Dádivas e Padroados sobre a “Terra de Panóias”, foi dito, sob o título de “De Sancta Maria de Lauredo” que Petrus Petri clericus e outras testemunhas disseram que ali havia um souto e árvores, de que davam o foro de um frangão, dez ovos e um bragal (tecido de linho) (…) e que o casal de Louredo era pousada do mordomo (oficial de cobrança de impostos) e que lhe davam vida (comida e dormida); e que Vasco Petri o protegia; mas que agora não pousava lá o mordomo nem lhe davam nada.
Freguesia de Sancta Maria de Louredo
Documentação do Século XIV
Referências Históricas
Abade de Louredo
Demarcação Subsidiária de Vinho
Reforma Administrativa de Passos Manuel
Igreja Paroquial de Louredo
A atual Igreja Paroquial de Louredo data do século XVIII, mas no local deve ter existido uma igreja anterior, pois na fachada da mesma pode ser admirada uma valiosa imagem da Padroeira, Nossa senhora da Purificação, assim descrita pelo P.e João Parente, que a data do século XV: “É uma bela escultura de pedra de Ançã. Representa a Virgem coroada, com o menino nos braços. Segura uma flor na mão direita e o menino, que brinca com o próprio pé, no braço esquerdo.” (“A Idade Média no Distrito de Vila Real – IV volume”).