A cidade de Peso da Régua pertence ao distrito de Vila Real e está situado na margem direita do rio Douro e é limitado a Norte pelo concelho de Santa Marta de Penaguião, a Este pelo concelho de Sabrosa, a Sul pelo rio Douro e a Oeste pelo concelho de Mesão Frio.
O concelho tem 8 freguesias e de acordo com os dados de 2001, residem 18.761 espalhados por 96,1 Km2. Possui uma densidade populacional de 101 habitantes por Km2.
A história e o vinho legaram a Peso da Régua a sua condição natural de Capital da Região Demarcada do Douro. A evolução histórica da cidade foi decisivamente marcada pelo desenvolvimento da produção do Vinho do Porto mundialmente afamado e pela introdução do caminho de ferro (linha do Douro), factores decisivos, a par da sua localização geográfica, para a sua afirmação como “capital” da região do Vinho do Porto.
Mergulhada num dos mais belos rios de Portugal, preenche a encosta e o vale onde montes cobertos de vinha se combinam numa escadaria de gigantes, tornando-se num paraíso histórico de inegável valor.
O Rio, navegável do Porto à Régua, trás em cruzeiros regulares, o turista ávido do descanso ávido de descanso e amante da natureza.
Os desportos náuticos são outro dos atractivos do Peso da Régua. Possuindo uma excelente pista na albufeira da barragem e um grande estuário na cidade, a Régua tem algumas provas incluídas nos campeonatos nacionais nas modalidades de remo, vela e motonáutica, as quais têm trazido muitas pessoas, atraídas não só pela competição mas também pela beleza das provas náuticas onde o suave vogar das embarcações delicia e deleita quem as observa.
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http://www.cm-pesoregua.pt
Fontelas é uma pequena freguesia do sul do concelho do Peso da Régua. Apesar dos vestígios arqueológicos não serem numerosos, sabe-se que foi habitada no período romano, a julgar pelo aparecimento de uma moeda dessa época numa escavação realizada na zona de Moledo. Na Idade Média, Fontelas foi uma abadia dos Bispos do Porto. Já no século XIX, durante as Invasões Francesas, a freguesia foi saqueada pelo exército do General Junot, que destruiu muitos dos armazéns de vinho aqui existentes. Em termos de património edificado, a primeira palavra vai para a Igreja Matriz. Terá cerca de duzentos anos. No interior, merece destaque um altar-mor de talha renascentista. A Capela de Nossa Senhora da Graça, no lugar da Portela, data do século XVIII. É um templo de planta longitudinal, de nave única. O interior tem um coro-alto pintado, com algumas tábuas votivas dos séculos XVII e XVIII que representam os milagres de Nossa Senhora da Graça e os mareantes do Douro. Para além do património religioso, de salientar ainda um local de grande aprazibilidade: o Parque Termal das Caldas do Moledo. É um espaço de repouso e de ambiente salutar. A estância termal, ainda muito procurada, está indicada para o tratamento de afecções reumáticas, bronquites, sinusites, rinites, laringites, faringites e dermatoses. (Fonte: www.retratoserecantos.pt)
A freguesia de Loureiro é detentora de uma área de 512 hectares, composta pelos povos de S. Gonçalo, Marvão, Paradela, Reguengo, Vale Escuro, Sequeirós, Quintã, Barco, Outeiro de Cima, Outeiro de Baixo, Sobre Igreja, Pinheiro, Caldeiras, Caleiro, Torre, Paredes, Roupeiro, Calvário, Granja, Cales, Romezal, Gervide, Travassos, Bugalheira, Pousa e Ribeira da Meia Légua.
A documentação escrita existente sobre Loureiro remonta e 15 de Dezembro de 1519, altura em que este local beneficiou do foral concedido a Santa Marta de Penaguião por D. Manuel, e assim se tornou numa abadia da apresentação dos senhores de Murça. Da freguesia sabe-se ainda que tomou parte heróica contra os franceses por altura das invasões.
Nos finais do século XVI, os senhores Guedes recebiam, pelos seus direitos sobre e freguesia, quatrocentos alqueires de pão, trezentos de vinho, duzentos de azeite e seiscentos de castanha. Estes números espelham a riqueza das terras de Loureiro,
Em Loureiro nasceu o asceta Heitor Vaz Pinto d’ Atayde Dá Mesquita e Vasconcelos, da família dos donos da Quinta de Loureiro. Esta figura marcante e reverenciada da freguesia desistiu de prosseguir os seus estudos na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra para se dedicar a Deus e ajudar os desfavorecidos e doentes. Esta decisâo foi tomada aos vinte anos de idade e, desde então, o povo recorria a ele em todos os momentos de aflição. A fama da sua bondade chegou a todo o norte de Portugal, adquirindo, depois da sua morte, o epíteto de Heitorzinho, o Justo. Foi sepultado na igreja paroquial da freguesia, onde ainda hoje acorrem pessoas de terras distantes para lhe rezarem e lhe pedir auxílio nos seus males. Permanece na memória das gentes da freguesia que todos os anos realizam uma festa em sua honra.
“Começou a ser notado pela sua maneira virtuosa e humílima, recorrendo a ele o povo nos momentos de aflição, estando sempre pronto para mitigar todas as dores, por mais difíceis que fossem os seus sacrifícios. E assim, as suas virtudes chegaram ao conhecimento de quase todo o norte do País, sendo após a sua morte cognominado Heitorzinho, o Justo. Ainda hoje vêm muitas pessoas de remotas terras ao seu túmulo, na igreja matriz desta freguesia, onde lhe rezam, lhe contam os seus segredos, os seus amores e queixumes e lhes pedem alívio para os seus males, revela o livro “Freguesias do Concelho do Peso da Régua, uma edição do Jornal Ilustrado “A Hora”, editada em 1946.
Sedielos é uma das maiores freguesias do concelho do Peso da Régua. Situa-se no extremo ocidental do município. O topónimo vem da palavra latina «Sedeelos, derivada de setanellu, podendo referir-se a uma espécie de nespereira, certa variedade de alho ou cebola silvestre, abundantes no local em que o povoado se formou. Parte das terras que hoje formam a freguesia pertenceram a Egas Moniz, aio de D. Afonso Henriques. Comprou-as então a Múnio Peres, em 1136, por trezentos maravedis. A primeira referência documental à povoação data de 1197. Em 1205, o rei D. Sancho I, ao povoar as terras de Penaguião, organizou um pequeno Município rudimentar em que o território aforado era bastante extenso. Parte desse município correspondia exactamente ao termo de Sedielos. Em 1519, Sedielos beneficiou do foram manuelino atribuído a Santa Marta de Penaguião. O Cruzeiro de Sedielos, no lugar de Sobre a fonte, é um cruzeiro de caminho, com plinto e fuste historiado, onde estão representadas cenas da vida de Cristo e cruz com grupo escultórico em ambas as faces. A Igreja Matriz de Sedielos, consagrada a Santa Maria, terá começado a ser construída entre os séculos XVI e XVII, embora tenha sido uma longa construção. Os altares, por exemplo, só foram colocados no século XIX. Apesar da distensão no tempo, é uma igreja de características barrocas. Tem planta longitudinal e nave única, sendo que, em termos decorativos, o interior é ricamente decorado. Integra-se na tipologia das igrejas forradas a ouro. Os retábulos laterais estão interligados com o revestimento do arco triunfal. A Capela de Nossa Senhora de Guadalupe situa-se no extremo do lugar do Carvalho, numa zona de transição entre a Região Demarcada do Douro e a serra do Marão. A sua construção inicial data de 1778, conforme inscrição na moldura do portal, sendo que em 1921 procedeu-se à sua reconstrução e ampliação, de acordo com inscrição em ferro fundido na fachada principal. Templo tipicamente rural, de nave e capela-mor de planta longitudinal, com fachada em empena coroada por sineira. No interior, destaca-se a qualidade da pintura sobre madeira na parede que ladeia o altar-mor. A Capela de Santo António encontra-se no interior do lugar de Passos. Terá sido construída no século XIX, embora tenha sofrido alterações no século XX. Está hoje profundamente remodelada em relação aos tempos iniciais. De planta longitudinal, e nave única, tem fachada principal a terminar em empena truncada por sineira. O interior tem coro-alto e um retábulo recente. Devem ser destacadas ainda a Capela da Serviçaria, a Capela da Ferraria, a Caqpela da Enxertada, a Capela da Quinta da Portela, a Capela de S. Tiago e a Capela do Carvalho. Em termos de património senhorial, uma palavra para a Quinta de Sá de Baixo. (Fonte: www.retratoserecantos.pt)
S. Leonardo de Galafura é uma das freguesias do extremo oriental do Peso da Régua. Daqui se alcançam vistas extraordinárias sobre o Douro, as mesmas que Miguel Torga evocou nas suas obras. Uma necrópole medieval cristã confirma a antiguidade do seu povoamento. Classificado como Imóvel de Valor Concelhio, este conjunto de quatro sepulturas escavadas no xisto, de planta sub-rectangular, deve datar do século VII. Nas proximidades, foram encontrados vestígios Romanos, nomeadamente tijolos, tegulas e fragmentos de talhas romanas, o que faz pressupor que o local terá sido utilizado anteriormente. O nome da freguesia, segundo a lenda, deriva de um rei mouro que governava o fortim de S. Leonardo, chamado Galafre. Em termos administrativos, Galafura pertenceu em tempos ao concelho de Vila Real. Na primeira metade do século XIX, foi transferido para o de Canelas e, depois da extinção deste, em 1859, para o de Peso da Régua. Para além das sublimes paisagens, merecem destaque em S. Leonardo de Galafura os marcos que delimitam a zona de produção dos vinhos generosos do Douro, classificados como Imóvel de Interesse Público; o conjunto edificado da Igreja Matriz, Campanário e Cruzeiro, também classificado como Imóvel de Interesse Público; e ainda o Cemitério Mouro, a Quinta de Matos e as Capelas de S. Leonardo e de Santo António. «À proa dum navio de penedos, A navegar num doce mar de mosto, Capitão no seu posto De comando, S. Leonardo vai sulcando As ondas Da eternidade, Sem pressa de chegar ao seu destino. Ancorado e feliz no cais humano, É num antecipado desengano Que ruma em direcção ao cais divino.» (Miguel Torga) (Fonte: www.retratoserecantos.pt)
Covelinhas nasceu e cresceu com vista para o rio Douro, nele reflectindo toda a sua simplicidade. Junto à margem passa a linha de caminho de ferro, que possibilita, saindo da Régua e indo até ao Pocinho, um dos mais belos itinerários ferroviários de sempre.Covelinhas é uma zona de futura expansão turística.
Os romanos, após a conquista da Península e a expulsão dos cartagineses, cerca de 202 AC, começando a fortificar os povos para se defenderem dos inimigos, edificaram entre muitos crastos, o de Vilarinho dos Freires e o de Covelinhas. Já no princípio da monarquia, Covelinhas teve alguma importância, tendo-lhe D. Afonso Henriques dado foral, que se encontra na Torre do Tombo. Covelinhas foi repovoada por D. Sancho I, tendo pertencido ao concelho de Canelas, até à extinção do mesmo, em Dezembro de 1853.
Segundo a tradição, este pequeno povoado chamava-se antigamente Covelas e contem filões de precioso metal, dizendo os mais idosos que os de Covelas atiravam com ouro às cabras julgando atirar com pedras.
Pequena freguesia da parte ocidental do concelho, Moura Morta terá sido, em tempos remotos, terra de grande importância. O próprio topónimo remete-nos para tempos pré-Nacionais, embora associado a lendas habituais no nosso país. Com efeito, diz-se que o nome desta freguesia derivou da lenda de uma princesa moura, assassinada neste lugar pelos Templários, por se recusar a negar a sua fé e abraçar a fé cristã. Até ao século XIV, Moura Morta englobava uma série de lugares, que nessa altura foram desanexados da paróquia e deram origem à vizinha freguesia de Loureiro. Os testemunhos históricos de Moura Marta estão bem patentes no património edificado. É o caso da Igreja Paroquial de Santa Comba, Terá sido construída ao longo do século XVII e terminada em 1724. Templo maneirista e tardo-barroco, de planta longitudinal, composta de nave e capela-mor. A fachada principal terminada em empena. A Capela de S. Pedro, situada no limite exterior da povoação, foi construída entre os séculos XVII e XVIII. Já é referida nas «Memórias Paroquiais» de 1758. Arquitectura vernácula, de planta longitudinal simples, com fachada principal a terminar em empena. A Capela de S. João Baptista é um templo maneirista, muito simples, construído no século XVIII. Seguindo a tradição maneirista e uma das principais tipologias das capelas da região, a empena está truncada por uma pequena sineira. A Casa da Comenda é o edifício senhorial de maior interesse. O Cruzeiro dos Centenários também tem algum interesse, sobretudo histórico. A freguesia de Vinhós, situada no extremo noroeste do concelho, nasceu a partir da desanexação da vizinha freguesia de Sedielos, em 11 de Dezembro de 1933. Fica na margem sul do rio Sermanha. É uma freguesia de povoamento pré-histórico. Foram recolhidos alguns achados isolados na povoação ao longo dos anos. De todos esses achados, deve salientar-se uma manilha de ouro que pesa cerca de dezassete quilos, achada em 1906, encontrando-se na altura em perfeito estado de conservação. Em termos de património, uma palavra para Igreja Paroquial de Vinhós, consagrada a S. João Baptista. Terá sido construída em 1789, de acordo com uma inscrição na fachada principal. Os retábulos parecem datar do século XIX. É um templo de planta longitudinal e nave única. A fachada principal termina em empena. No interior, merecem destaque os retábulos de talha dourada e policroma neoclássicos. O Cruzeiro do Senhor dos Perdões, a Capela de S. Miguel, a Capela do Senhor dos Aflitos, a Capela de Santo António e um moinho comunitário na Ermida do Marão são outros dos motivos de interesse numa visita à freguesia. Para além do património edificado, as vistas panorâmicas são de grande beleza. É o caso do lugar da Ermida, situado em plena serra do Marão e onde se encontra a célebre Fraga da Ermida, onde a águia real fazia o ninho. Sítio quase inacessível, «criação caprichosa da natureza, é de grande majestade: parece um fantasma ou um velho guerreiro a dominar aquela altaneira serra do Marão». (Fonte: www.retratoserecantos.pt)
Vinhós foi desanexada da freguesia de Sedielos, em 11 de Dezembro de 1935, pelo Decreto-Lei n.º 23551, publicado no Diário do Governo 1.ª Série, n.º 282. O povoamento de Vinhós remonta aos princípios da nacionalidade. A povoação aparece mencionada nas inquirições de 1258.
Situa-se nas fraldas da serra do Marão, sendo o lugar da Ermida o mais abrupto, onde fica a célebre “Fraga da Ermida”, onde a águia real faz o ninho. Este facto serviu de argumento a um dos romances de Guedes de Amorim, cujo título era “Aldeia de Águias”, publicado em 1939. A Igreja Matriz, cuja construção data de 1739, merece uma visita.
É a freguesia-sede deste concelho de oito freguesias. Situa-se exactamente no centro do concelho, como que ponto de charneira e de confluência de uma vasta comunidade. Como seria de esperar, é uma freguesia fortemente urbanizada, com predominância do comércio e dos serviços. A restauração, a hotelaria e o turismo, naturalmente ligado ao Vinho do Porto, são muito fortes. Toda a história da freguesia, de resto, está ligada ao rio Douro. O próprio topónimo também. Peso era a pesagem e pagamento de impostos das cargas que se destinavam ao cais da Régua. Régua, por seu lado, era o local onde se juntavam as cavalgaduras ou récuas junto ao cais fluviais. A corruptela do tempo transformou récua em Régua. Outro dos grandes motores de desenvolvimento da freguesia, e mesmo de toda a região, foi a chegada do comboio. A via férrea foi inaugurada em 14 de Julho de 1879, trazendo para o Douro um conjunto de mais-valias económicas e sociais que transformaram por completo o quotidiano da região. O edifício da Casa do Douro é um símbolo do poder económico da região, da importância do vinho, mas também do património edificado. É uma construção que data do segundo quartel do século XX, em granito polido e mármore, com vitrais da autoria do pintor Lino António. Nesses vitrais, é possível ver retratada a história da Região Demarcada do Douro. Temos ainda a Casa dos Vazes, ou Solar da Família Vaz Osório, classificado como Imóvel de Interesse Público, e um vasto conjunto de edifícios religiosos e senhoriais de grande interesse histórico e arquitectónico. (Fonte: www.retratoserecantos.pt)
A freguesia de Canelas, de grandes dimensões, fica no extremo sul do concelho do Peso da Régua. É uma das mais importantes do município em termos históricos. Foi vila e sede de concelho até 31 de Dezembro de 1853, altura em que foi extinto o município. No entanto, decresceu em importância e só com o século XX avançado, em 1976, é que alcançou o estatuto de freguesia. As tradições de Canelas remontam a períodos longínquos, anteriores mesmo à fundação da Nacionalidade. A «villa» romana do Alto do Fonte do Milho, classificada como Monumento Nacional, é um exemplo significativo. Era uma «villa fortificada, com vestígios arqueológicos entre o século I d.C. e o século IV/V d.C, ou seja, até ao fim da existência do Império. Ocupa uma área com cerca de 1 hectare. Merecem especial referência os mosaicos representando peixes que forravam uma banheira com cerca de um metro de profundidade. Em 1202, D. Sancho I doou Canelas à Sé de Lamego, tendo sido coutada por D. Sancho II, em 1225. S. Gonçalo de Curvaceira foi a sua sede inicial, passando mais tarde para o lugar do Assento. O Solar dos Silveiras, antiga residência da família do General Silveira, está classificado como imóvel de Valor Concelhio. A sua construção parece estar datada do século XVIII. É uma moradia de características barrocas, de planta em L, mas sem capela, ao contrário do habitual neste tipo de construções. A Casa do Covelo é também um imóvel interessante. A nível religioso, uma palavra para a Capela de S. Vitorino e para a de Nossa Senhora de Fátima. (Fonte: www.retratoserecantos.pt)
A freguesia de Vilarinho dos Freires ocupa uma estreita faixa de terreno que vai de uma ponta à outra do concelho da Régua, isto na direcção norte-sul. A norte, é delimitada pelo concelho de Vila Real. A sul, pela freguesia de Canelas. A ocidente, pela cidade do Peso da Régua. A leste, pelas freguesias de Poiares e de Canelas. Um território muito recortado, que vive paredes-meias com a sede do concelho. É atravessado pelo rio Tanha, que pouco depois se vai juntar ao rio Corgo. Um lugar que, não obstante a proximidade do grande centro urbano que é a Régua, mantém intactas as suas características rurais. As suas encostas são férteis em vinha e em oliveira. O povoamento da área da actual freguesia remonta a épocas muito recuadas, provavelmente pré-históricas. É o caso da estação arqueológica do Morro do Castro, situada num alto monte. Habitada durante a Idade do Ferro, foi posteriormente romanizada. Situava-se num outeiro isolado, numa excelente posição geoestratégica, pois dominava um vasto horizonte visual sobre a ribeira de Tanha e o vale do Douro. O sistema defensivo era constituído por uma linha de muralha em xisto, que defendia o recinto interior ovalado. Muitos materiais arqueológicos foram encontrados à superfície, como fragmentos de tijolos, “tegulae” e “imbrices” directamente relacionados com as construções, fragmentos de cerâmica comum, “dolia”, e “terra sigillata”. Para além da arqueologia, temos a toponímia como precioso auxiliar relativamente à antiguidade do povoamento local. A começar pelo próprio nome da freguesia. Vilarinho procede de «villa», unidade de exploração económica no tempo dos romanos. As terras eram divididas ou davam origem a propriedades agrícolas, habitadas pelo respectivo dono e por caseiros, servos e outros trabalhadores. A ideia era simples: em cada região, explorar intensivamente os recursos necessários ao abastecimento de todo o Império. Assim nasceram essas unidades rurais, as «villae». Algumas destas «villae» deram origem a povoações, mais ou menos importantes, ou a freguesias; outras deixaram apenas a tradição na toponímia. É o caso dos lugares com nomes de Vilares, Vilar ou Vilarinho, alguns dos quais ainda hoje existem. Segundo Alberto Pimentel, esta família de palavras derivou exactamente da «villa» romana. Foi o caso de Vilarinho, sendo que, neste caso, a «villa» original foi fundada em terras de Penaguião. Quanto ao topónimo Freires, só surgiu depois do século XII. Estes «freires» que estão na base do segundo vocábulo eram os da Ordem dos Templários, que tiveram na freguesia um mosteiro, d qual, hoje em dia, apenas existe a capela. Em termos administrativos, Vilarinho dos Freires começou por integrar o concelho de Santa Marta de Penaguião. Em 1840, estava no concelho de Canelas (hoje uma freguesia do concelho do Peso da Régua) e aí se manteve até 31 de Dezembro de 1853, data em que foi extinto. Nessa mesma data, transitou definitivamente para a Régua. Quanto à fundação da paróquia ocorreu antes ainda da fundação da Nacionalidade. No que diz respeito ao património edificado da freguesia, uma primeira palavra para a Igreja Paroquial de Nossa Senhora das Neves. Situada no interior da povoação, foi construída no século XVI, embora elementos importantes da sua estrutura, como a torre sineira, só tenham sido construídos no século XX. É um templo tardo-barroco, de planta longitudinal, composta por nave e capela-mor e sacristia adossada à fachada lateral direita. A fachada principal termina em empena recortada e é rasgada por portal de verga abatida. A torre sineira, muito posterior ao corpo do templo, como se disse antes, está adossada do lado direito da fachada. Junto ao muro do adro, ergue-se o cruzeiro paroquial. A Capela da Pitarrela ou de Nossa Senhora da Conceição está situada no lugar da Granja. Foi terminada em 1728, conforme inscrição no portal. Uma outra data, a de 1881, será provavelmente a de uma reconstrução. Actualmente, apesar de conservar a sua estrutura, está em estado de ruínas. É uma capela setecentista, de planta longitudinal simples, interiormente iluminada pelos vãos axiais e lateral. A fachada principal termina em empena truncada por sineira e é rasgada por portal de verga recta, encimada por nicho e por cornija. O interior, apesar de estar invadido por vegetação, conserva ainda zonas com reboco e uma mesa de altar paralelipipédica. A Capela de S. João, situada à entrada da povoação, foi construída em 1894. É um templo de arquitectura revivalista, de planta longitudinal simples. A fachada principal termina em empena contracurvada de cornija e rasgada por portal de verga abatida. A ordenação heráldica da freguesia, segundo parecer emitido a 8 de Abril de 2005, é a seguinte: Brasão: escudo de vermelho, cesto de ouro, contendo frutas diversas, de ouro, prata, vermelho e púrpura, folhadas de verde e prata; em chefe, cruz da Ordem de Malta. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: «VILARINHO dos FREIRES». Bandeira: branca. Cordão e borlas de prata e vermelho. Haste e lança de ouro. (Fonte: www.retratoserecantos.pt)