O concelho de Mesão Frio fica localizado no extremo sul-sudoeste do distrito de Vila Real, a Norte do rio Douro, tendo a poente o concelho do Baião e a Norte e Nascente o Concelho do Peso da Régua.

Em termos de área, Mesão Frio é o menor concelho da Zona de Intervenção, com 26,9 Km2 e habitantes, residente em 5 freguesias.

Este concelho tem grande aptidão para a feitura de vinhos com denominação de origem de Douro, tem como principal actividade económica o cultivo da vinha para obtenção de vinhos de qualidade. O comércio dos vinhos generosos prosperou rapidamente originando um assinalável surto de construção, no qual o bom gosto sempre imperou.

Um dos muitos atractivos deste concelho, é o seu valioso património arquitectónico do qual abundantemente ressaltam majestosos solares. É também riquíssimo no património cultural e paisagístico, obtém-se a multifacetada expressão de uma terra que é imperdoável não conhecer.

Por outro lado para quem goste de desportos náuticos, pesca ou simplesmente estar perto do rio, existe o complexo turístico da praia da Rede, pensado no sentido de proporcionar um espaço de lazer. Trata-se de uma infra-estrutura de apoio turístico e uma entrada fluvial no concelho, permitindo ainda melhorar as acessibilidades.

Consultar site
http://www.cm-mesaofrio.pt

É uma das freguesias com mais história do concelho. Em 13 de Setembro de 1123, a rainha D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, concedeu-lhe carta de foral. Um foral que foi repetido em Setembro de 1223 por D. Sancho II. Em 1441, D. Afonso V confirmou os privilégios de Barqueiros. Em 1513, D. Manuel I deu-lhe foral novo. O Pelourinho deve datar deste período. Classificado como Imóvel de Interesse Público, é um monumento tipicamente manuelino. É um pelourinho com coluna, composta por duas secções, uma cilíndrica e outra de arestas espiraladas. Só existem fragmentos da antiga estrutura, sendo que algumas das partes estão em sítio incerto. Na área da freguesia, encontram-se vários marcos de demarcação da zona de produção de Vinhos generosos do Douro. Classificados como Imóvel de Interesse Público desde 1946, trata-se de marcos monolíticos em granito, muito simples, colocados em meados do século XVIII, logo após a criação da Zona Demarcada de Vinhos do Douro pelo Marquês de Pombal. A Igreja Paroquial de Barqueiros, consagrada a S. Bartolomeu, terá sido concluída em 1855, de acordo com inscrição acima da porta principal. É um templo neoclássico, com fachada de remate em frontão triangular e torre sineira adossada. A Capela de Nossa Senhora da Conceição, a Capela do Cemitério de Barqueiros, a Casa da Vista Alegre, a Casa Macaca do Pelourinho e a Escola Primária são outros dos monumentos da freguesia. (Fonte: www.retratoserecantos.pt)

A freguesia de Cidadelhe situa-se a oriente da sede do concelho. O Castro de Cidadelhe está classificado como Imóvel de Interesse Público. Foi habitado desde a Idade do Ferro, passando pelo período romano e pelo período medieval cristão. O povoado apresenta duas cinturas de muralhas pré-romanas, uma rodeando a acrópole e a outra, exterior, com quatro metros de largura e cinco a seis metros de altura. Da época romana restam diversos muros, pertencendo à Idade Media uma torre quadrangular construída sobre um estrato de saibro que cobre várias estruturas habitacionais pré-romanas. Era claramente um povoado onde predominava a actividade metalúrgica. Na Idade Média, foi uma das poucas beetrias existentes no país, ou seja, uma terra que tinha o direito de se governar a si própria através da eleição de um senhor. D. Afonso, filho de D. João II, foi um dos senhores desta beetria. Nasceu nesta freguesia António Borges Barreto da Gama e Castro. Alguns documentos indicam-no como descendente de Vasco da Gama, mas não há confirmação desse facto. Natural de Cidadelhe foi também D. Diogo de Sousa de Magalhães Coutinho, capitão-mor, juiz e vereador na actual sede do concelho. Viveu na Casa do Paço, um solar quatrocentista, do qual adiante se dará notícia mais pormenorizada. Em termos de património edificado, o primeiro destaque vai para a Igreja de S. Vicente, incluída no Alto Douro Vinhateiro da Região Demarcada do Douro. Foi terminada em 1724. É um templo barroco, de nave única e capela-mor rectangular, com decoração exterior dos vãos muito trabalhada, sobretudo através de elementos vegetalistas. A Casa e Quinta do Cotto, situada entre os lugares de Coterne e Pombal, está classificada como Imóvel de Interesse Público. Terá sido construída no século XVIII, embora em meados do século XX tenha sido reconstruída sobre uma ala mais antiga. É uma casa tipicamente oitocentista, de planta quadrangular, com pátio central e capela integrada na fachada. A Casa do Outeiro, ou Casa de Valadares, confronta com uma das ruas de Cidadelhe e vê desenvolver-se, à sua volta, uma quinta em socalcos. É uma casa brasonada barroca, do século XVIII, embora com acrescentos no século XX. A já referida Quinta do Paço é anterior ao século XVI, já que data de 1531 uma carta de aprazamento relativa ao local. Trata-se de um solar em L, de características barrocas, com capela integrada na construção. A construção da ala norte da casa data do século XVIII. A Casa do Terreiro, a Capela de S. Gonçalo e a Ponte e via romana são também motivos de interesse em Cidadelhe. A ordenação heráldica da freguesia, publicada em «Diário da República» de 6 de Dezembro de 2002, é a seguinte: Armas – Escudo de azul, parra de ouro gavinhada do mesmo, entre uma falcata de prata, posta em barra e um gládio de prata, posto em banda, ambos em chefe e uma ponte de um arco de prata, lavrada de negro, movente dos flancos e nascente de um pé ondado de prata e azul de três tiras. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: CIDADELHE – MESÃO FRIO“ |Bandeira – De branco. Cordão e borlas de prata e azul. Haste e lança de ouro. (Fonte: www.retratoserecantos.pt)

Santo André é uma das freguesias onde a vila de Mesão Frio se inclui. No seu território, ergue-se o «ex-libris» da urbe, o Pelourinho, símbolo do seu poder municipal, atestando os nobres pergaminhos de uma vila que recebeu o seu primeiro foral em Fevereiro de 1152, concedido por D. Afonso Henriques, confirmado em 1217 por D. Afonso II e renovado por D. Manuel I em 1513. O velho pelourinho ergue-se ao centro da praça que tem o seu nome. Representado por um monumento de arquitectura pesada, combina-se perfeitamente, ajudando a destacar ainda mais o passado medieval da vila. Assenta num escadório granítico, decrescente, de quatro faces, cuja base é octogonal. É formado por uma coluna dividida em duas secções, que se compõe de fuste de superfície curva, cilíndrico e liso, com uma cintura de ferro ao meio, e de capitel cilíndrico e saliente. Como remate, possui quatro argolas ao alto formando uma cruz. Foi classificado como Imóvel de Interesse Público em 11 de Outubro de 1933. Contrariamente à maioria dos monumentos congéneres, situa-se bem distante dos Paços do Concelho, primitivos e actuais, havendo a convicção de inicialmente servir de sinal de mercado. De facto, em torno do Pelourinho, realizaram-se durante muitos anos importantes mercados que abasteciam os moradores de Mesão Frio, bem como de muitos povoados do actual concelho de Peso da Régua. No início, apenas as freguesias de Santa Cristina e S. Nicolau, constituíam o concelho de Mesão Frio. Este território tinha «um rego pelo meio da rua de fundo acima», possuindo cada metade jurisdição própria. Este rego ainda existe mas encontra-se hoje soterrado devido a obras realizadas na via em meados deste século. A freguesia de Santa Cristina tem início a partir do rio Douro, na sua margem direita, entre o cais fluvial da Rede e o fundo de Cima do Douro. De nascente confronta com a freguesia de Vila Marim até ao alto do Lombado da Serra do Marão. De poente confronta desde o referido lugar do Fundo de Cima do Douro e a freguesia de Vila Jusã até ao cemitério municipal, começando a partir daqui em direcção à rua do Outeiro, onde se situava a antiga Igreja Paroquial, destruída em 8 de Maio de 1809 durante as Invasões Francesas. Esta freguesia, para além da parte da vila de Mesão Frio, é constituída por várias povoações, das quais destacamos Rojão, Brunhais, Ribeirinho, Carrapatelo, Rodas, Banduja, Vila Nova, Vila Verde, Gafaria, Empada, Ribeira da Rede e as novas urbanizações do Pombal, Vale do Couto, Ervedal e S. José. É de salientar que de qualquer uma destas referidas povoações se pode deslumbrar com magníficas paisagens sobranceiras ao Douro, região essa única e das mais maravilhosas de todo o mundo. O projecto heráldico do brasão da freguesia é o seguinte: Brasão & Escudo de ouro, monte de três cômoros de negro, com os cabeços cobertos de neve, de sua cor, movente de um pé ondado de prata e azul de três peças e encimado por dois pipos de púrpura, com aros de prata e cravos de negro, alinhados em faixa; em chefe, duas setas passadas em aspa e, brocante a estas, uma tenaz, tudo de azul. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: «MESÃO FRIO Y SANTA CRISTINA.» (Fonte: www.retratoserecantos.pt)

Situada a doze quilómetros, para oriente, da sede do concelho, a freguesia de Oliveira en contra-se no vale de Sermanha, que a divide de Cidadelhe. A freguesia é referida pela primeira vez em 970, tendo obtido Carta de Couto da «villa» de Oliveira a 12 de Abril de 1170. Em termos de património, merece destaque a Igreja Matriz, um dos principais monumentos da freguesia. É um templo barroco e rococó, de planta longitudinal, composto por nave única e capela-mor. A fachada principal termina em frontão triangular, o interior merece destaque pela talha dourada barroca e rococó. A Casa de Além situa-se em gaveto entre duas ruas estreitas. Terá sido construída no século XIX, embora tenha sofrido grandes alterações, em 1992, aquando da sua adaptação a turismo rural. É uma moradia romântica oitocentista, de planta trapezoidal, com jardim nas traseiras e fachada principal tipo chalet a terminar em empena. Tem cobertura em diversas mansardas. A Casa do Castello, à qual se chega através de um desvio da Estrada Nacional n.º 108, foi terminada no ano de 1872. Edifício romântico, de planta rectangular com capela e articulando-se com um corpo mais antigo em L. O jardim apresenta alguns elementos decorativos em ferro forjado. O Solar de Santa Ana foi construído em 1724. É um solar barroco de planta em L, com fachadas ricamente decoradas e uma capela integrada no volume geral. A Casa das Torres, a Capela de Nossa Senhora da Piedade, a Escola Primária de Oliveira e a Capela de Santa Bárbara são também imóveis de interesse. (Fonte: www.retratoserecantos.pt)

Vila Marim é a maior freguesia do concelho de Mesão Frio e situa-se a cerca de cinco quilómetros da sede do concelho. O topónimo Vila Marim significa, de acordo com António Gonçalves Dias, «vila grande», sendo assim «o resultado final da evolução do vocábulo latino magnus (grande), a partir do seu genitivo do singular (magni), mediante as regras da permuta, elisão e adição de sons, melhor dizendo, por meio, respectivamente, da apócope e da epêntese. Esquematicamente, esta evolução terá sido, pois, a seguinte: – magni, dando maini por vocalização, main, por apócofe, marin por epêentese e Marim como resultado final». Desta forma, António Gonçalves Dias descarta a hipótese de o topónimo da freguesia ter tido origem no nome do emir ou rei mouro de Lamego, Zadam-Iben-Huim. As primeiras referências históricas a Vila Marim remontam ao século XII, altura em que D. Sancho I visitou esta freguesia. Nessa época, o monarca ordenou que algumas das casas construídas no rego da água que abastecia Mesão Frio fossem queimadas. Vila Marim foi Honra, beetria e couto, tendo sido D. Afonso, Conde de Barcelos e I Duque de Bragança, o primeiro senhor destas terras. A carta de confirmação desta concessão é um documento importante para a história desta freguesia, uma vez que faz referência a algumas das suas povoações, nomeadamente a Salgueiral, Pereira, Paço e Vila Cova. A posse da «beetria» de Vila Marim passou para os descendentes de D. Afonso, por instrumento datado de 16 de Maio de 1441. No ano de 1821, Vila Marim, cujo orago é S. Caetano, já integrava o concelho de Mesão Frio. Nesta freguesia, nasceram e viveram figuras importantes da região, destacando-se o arcebispo D. Francisco Vasconcelos, Eduardo do Vale Frias, Manuel Soares de Albergaria, João Pereira Soares de Albergaria e o Conde de Barcelos. Destes, um destaque merecido para o Conde de Barcelos. D. Afonso nasceu por volta de 1380, fruto de uma ligação ilegítima entre o infante D. João, Mestre de Avis e futuro D. João I, e Inês Pires. Em 1401, casou com D. Brites, filha de Nuno Álvares Pereira, o Condestável, o que levou a que recebesse a doação de várias terras: condado de Barcelos, vila de Chaves, terras de Penafiel, Basto e Montalegre e várias quintas, honras, coutos e julgados. Morreu em Chaves com 84 anos. Em termos de património edificado, a primeira palavra vai para a Igreja Paroquial de S. Mamede. De arquitectura barroca, apresenta uma única nave e capela-mor rectangular, com capela lateral adossada. A fachada principal está voltada a oeste, destacando-se o portal chanfrado de arco de volta perfeita, encimado por um óculo. A torre sineira detém uma planta quadrangular, sendo rematada por uma cornija em granito. No interior, sobressaem os altares colaterais em talha dourada. A Capela de Nossa Senhora do Rosário data do século XVIII e situa-se no lugar do Paço. Destaca-se, no interior, o retábulo de talha branca e dourada com fundo azul. A Capela de S. Caetano, setecentista, é de arquitectura barroca e distingue-se pelo remate em frontão triangular, coroado por uma cruz latina sobre pedestal. Merece ainda uma palavra as Capelas de S. Sebastião, Santa Luzia e Senhora da Conceição, as Alminhas da Calçada e as Casas de Santiago, Granjão, Valdourigo e Salgueiral. (Fonte: www.retratoserecantos.pt)