Situada numa área abençoada pela natureza, perto das majestosas Serras do Marão e do Alvão, nas confluências dos rios Corgo e Cabril, Vila Real é uma cidade transmontana, sede de concelho e distrito, e uma das mais importantes da província de Trás-os-Montes.

Com vestígios arqueológicos de ocupação humana desde o Paleolítico, Vila Real foi desde cedo escolhida como habitação de diferentes povos, como atesta, por exemplo, o Santuário Rupestre de Panóias, indício de presença Romana. Com as invasões bárbaras e muçulmanas, Vila Real vai sofrendo um despovoamento gradual, voltando a ganhar importância em inícios da Idade Média, estando situada entre importantes nós rodoviários nortenhos, e, a partir do século XVII a instalação da Casa dos Marqueses faz com que muitos nobres da corte aqui se fixem. De facto, ainda hoje se podem observar numerosas pedras de armas que enobrecem as fachadas de muitos edifícios.

Assim, são vários os pontos de interesse que esta cidade oferece, dona de um rico património, e de grande fervor religioso, como se pode observar nas Capelas da Misericórdia, de São Brás, na do Bom Jesus do Hospital, ou na Sé de Vila Real (de origem Dominicana, em estilo gótico tardio, cuja construção iniciou em 1424) ou nas Igrejas de São Pedro, do Bom Jesus do Calvário ou na dos Clérigos, uma interessante obra barroca, de autoria de Nicolau Nasoni.
A natureza tem também um importante papel nesta cidade de paisagens ímpares, que dispõe de jardins e parques, como o Parque Natural do Alvão.
A cultura, história e patrimónios locais não são esquecidos nos interessantes espólios museológicos de Vila Real, como nos Museus de Arqueologia e Numismática de Vila Real, no de Geologia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro ou no Etnográfico de Vila Real.
Ponto incontornável de interesse nacional é, a cerca de 3 Km da cidade de Vila Real, uma das mais notáveis jóias do Barroco português, com jardins de um romantismo clássico: o Palácio de Mateus.

Terra de tradições bem marcadas, Vila Real é igualmente famosa pelo seu artesanato e costumes.
O Barro Preto de Bisalhães, o linho de Agarez, a latoaria e a tecelagem da região são seculares produtos afamados e plenos de qualidade que têm passado de geração em geração.

Em termos de gastronomia, esta cidade transmontana apresenta qualidade na sua mesa. As sopas, vitela e cabrito assados com arroz de forno, as tripas aos molhos, os covilhetes, a carne maronesa, a bola de carne e diversos enchidos são algumas das suas especialidades. A pastelaria é sobejamente conhecida e rica em doces conventuais, com pastéis de toucinho (ou cristas de galo) pastéis de Santa Clara, os pitos de Santa Luzia (feitos de doce de abóbora) e as tradicionais ganchas (doce de ovos e amêndoa). De facto, anualmente a 13 de Dezembro, as raparigas compram pitos para oferecer aos rapazes. Estes retribuem o presente a 3 de Fevereiro, dando ganchas às raparigas, simbolizando talvez «um gancho para apanhar raparigas com vontade de namorar».

Consultar site
http://www.cm-vilareal.pt

A freguesia de Abaças está situada na parte sul do concelho de Vila Real. Mais a sul, só mesmo a freguesia de Guiães. Para oeste, confina com o concelho do Peso da Régua e para oriente com o concelho de Sabrosa. É constituída pelos lugares de Abaças, Bujões, Fontelo, Magalhã, Vilarinho do Tanha e Jorjais. O povoado fortificado da Torre parece datar da Idade do Ferro. De pequenas dimensões, estava implantado no fundo do vale da Ribeira da Tanha, num local sem grandes condições estratégicas, mas, ao mesmo tempo, protegido pela ribeira da Tanha por três lados. Não se detectaram materiais de superfície, mas o povoado poderá pertencer à Idade do Ferro. No sítio arqueológico de Fonte de Bujões, foram recolhidos vários machados em bronze em 1893. Dos sete então recolhidos, sabe-se apenas de um, que se encontra no Museu Martins Sarmento, em Guimarães. O habitat romano de Bujões ter-se-á localizado mais ou menos na zona onde se situa actualmente a Igreja Paroquial. Actualmente, não existem vestígios «in loco» da sua existência, mas em tempos foi possível detectara presença de grandes quantidades de vestígios arqueológicos do período romano. Da necrópole do povoado, descobriram-se diversas sepulturas, uma das quais escavadas na rocha. Teria tampa de granito e conteria uma estela funerária em granito e um vaso de barro contendo moedas. Uma estrutura semelhante a um forno estaria perto destas sepulturas. Em termos de espólio, foram recolhidas numerosas cerâmicas, telhas e moedas e os já referidos machados de bronze. O sítio arqueológico de Castro é um habitat romano fortificado situado no topo aplanado de um grande cabeço sobranceiro à sede da freguesia. Foram detectados à superfície numerosos materiais de superfície, sobretudo tegulas, alguma cerâmica comum romana e moedas. O local poderá ter sido habitado desde a Idade do Ferro e poderá ter tido ocupação ainda durante a Idade Média. A freguesia de Abaças foi fundada em 24 de Abril de 1200 pelo rei D. Sancho I. Da história da freguesia, destacam-se duas velhas famílias nobres: a família Lobo Barbosa de Vila Real, à qual pertence o Morgado de Nossa Senhora da Vitória de Paúlos; e a família dos Mesquitas Pintos, cuja pedra de armas se encontra na Capela do Espírito Santo, na Quinta de Prados. (Fonte: www.retratoserecantos.pt)

Andrães fica situada no extremo oriental do concelho de Vila Real, sendo delimitada pelas freguesias de Constantim, Vale de Nogueiras, Folhadela, Nogueira e Abaçãs. Para leste, encontra-se o vizinho município de Sabrosa. É constituída pelos lugares de Andrães, Póvoa, Magalhã, Jorjais, Mosteirô, S. Cibrão, Vessadios, Fonteita e Passagem. Em termos arqueológicos, uma referência para a Ponte Pedrinha. Uma ponte de datação indeterminada, sobre a ribeira de Tanha, em granito e de um só arco de volta perfeita. Trata-se de uma estrutura de pequenas dimensões, com tabuleiro plano e, actualmente, sem guardas. No sítio arqueológico de Caxada, mil metros para sudeste de Agó, foram detectados alguns achados isolados da época romana. Tratava-se de moedas do reinado do imperador Trajano – um sestércio de 98-99 d.c.. Não foi detectado qualquer outro elemento desse período. Já no sítio arqueológico de Agó, em Mosteirô e muito perto, como se disse, do de Caxada, foi encontrado um verdadeiro tesouro, composto por cerca de trezentos denários, Os numismas integram actualmente a colecção do Museu de Numismática de Vila Real. Não foram detectados outros vestígios materiais no local. O território da actual freguesia foi mandado povoar em 1202 pelo rei D. Sancho I, numa altura em que a Nacionalidade ainda dava os primeiros passos. A carta de foral data de Julho de 1208. Foi propriedade da Casa do Infantado, exceptuando a comenda que pertencia ao Marquês de Valença. Em termos de património edificado, a primeira palavra vai para a Ponte Pedrinha sobre a ribeira de Tanha. Terá sido construída entre o século XIII e XIV. Em finais do século XX, foi construído um pontão paralelo à ponte, que desviou a circulação automóvel da Ponte Pedrinha. É uma ponte de tabuleiro em cavalete, assente num arco de volta perfeita, de cerca de cinco metros, construído com aduelas largas de igual altura. O pavimento é em lajes, sem guardas, com asfalto nas zonas dos encontros. Do lado montante, possui um pano de muro perpendicular ao arco, ajudando ao encaminhamento das águas. A Igreja Paroquial de Andrães, consagrada a S. Tiago, foi construída, muito provavelmente, no século XIX. Foi reconstruída em 1873, de acordo com uma inscrição. Sofreu obras de restauro no século XX. A Escola Primária de Fonteita, situada no lugar do mesmo nome, é outro dos edifícios interessantes da freguesia do ponto de vista histórico. A ordenação heráldica da freguesia, publicada em 23 de Julho de 2003, é a seguinte: Armas – Escudo de verde, rodízio de prata realçado de negro; em chefe, dois ramos de castanheiro de prata, com ouriços do mesmo, abertos de vermelho; em campanha, ovelha passante de ouro, realçada de negro. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: “ ANDRÃES “. (Fonte: www.retratoserecantos.pt)

A freguesia de Guiães, cujo nome nos remete claramente para uma origem germânica, é aquela que se situa mais a sul do concelho de Vila Real. Ocupa a ponte sudeste do município, fazendo fronteira com os vizinhos concelhos de Peso da Régua e de Cinfães. Como forma de desenvolver esta zona do território, o rei D. Sancho I concedeu foral aos moradores de Guiães em 8 de Abril de 1202. Já nessa altura, várias famílias importantes tinham aí as suas propriedades. Em termos de património edificado, Guiães possui um conjunto interessante dessas casas importantes do ponto de vista histórico e arquitectónico. Como exemplo, a Casa dos Silveiras, um edifício solarengo que pela sua traça e dimensão mostra bem o seu esplendor e o da família que construiu. Em termos religiosos, uma primeira palavra para a Capela de Nossa Senhora do Loreto. Classificada como Imóvel de Interesse Público em 25 de Outubro de 1963, situa-se no largo do Eiró, no gaveto de duas ruas. Terá sido construída no século XVIII. Em 1963, data da classificação, era propriedade dos herdeiros de Bernardo da Silva Reigoto. Foi adquirida em 1973 pela Junta de Freguesia. É um templo de arquitectura barroca, integrada numa casa senhorial que hoje já não existe. A exuberância própria do barroco está bem expressa nos frontões interrompidos, nos medalhões, nas volutas, nos pináculos e no excessivo decorativismo da fachada. Estamos em presença de uma capela de nave única, cuja fachada principal se prolonga pelo corpo da sacristia e acesso ao coro até à torre encaixada no extremo norte. Acima do portal de acesso ao interior, um frontão e um brasão de armas. Dos lados, dois janelões com frontões curvos interrompidos por conchas. Do interior, sabe-se que era constituído por um altar-mor em talha dourada com painéis de pintura figurada e por imagens em madeira com vestígios de pintura policromada. A Igreja Paroquial, consagrada a Santa Catarina, terá sido construída entre os séculos XVII e XVIII. Sabe-se o nome de algumas pessoas que participaram na sua construção, casos de Manuel da Silva, carpinteiro, em 1695; António de Magalhães, pedreiro, no mesmo ano; e Francisco Xavier Correia, ensamblador, em 1755. É um templo de arquitectura barroca e maneirista, muito interessante do ponto de vista arquitectónico. O Pelourinho de Guiães simbolizava a independência municipal da actual freguesia. Dizemos que simbolizava porque, fisicamente, o monumento já não existe. Isto apesar de ter sido classificado Imóvel de Interesse Público em 11 de Outubro de 1933. Estava situado no centro do Largo do Eiró, um pequeno largo no interior da povoação, em frente à capela da Senhora do Loreto. Terá sido construído durante a Idade Moderna. Apesar de não ser conhecida qualquer memória relativa à sua antiga localização ou tipologia, aventa-se a hipótese de o actual cruzeiro, que já mudou três vezes de localização, integrar partes do antigo Pelourinho. É um Cruzeiro assente em três degraus de planta quadrada, com fuste cilíndrico que termina em capitel de gola elevada. Pelo facto de ter desaparecido, está proposta, actualmente, a sua desclassificação enquanto Pelourinho. (Fonte: www.retratoserecantos.pt)

Mateus deverá ser, muito provavelmente, a mais conhecida freguesia do concelho de Vila Real, em grande parte devido ao seu maravilhoso palácio. Fica paredes-meias com a cidade de Vila Real, para noroeste, beneficiando dessa forma, ao longo dos anos, da proximidade à «grande cidade». À excepção das freguesias urbanas, é uma das mais pequenas do concelho. Em termos arqueológicos, temos a Necrópole de Mateus, do período romano, como testemunho da antiguidade do seu povoamento. No local, foram identificadas diversas sepulturas em tijolo, vestígios de um possível forno metalúrgico e variados materiais em cerâmica ou metal. Também apareceu uma ara votiva a Júpiter em granito. A inscrição encontra-se no Museu Nacional de Arqueologia, e tem a seguinte leitura: I O M / L P / REB / REBVRRVS / L P. Esta necrópole devia estar associada a um povoado. Foi a partir de 1620 que Mateus se tornou notável como freguesia. Nessa data, António Álvares Coelho instituiu na localidade, então muito pequena, um grande morgadio e capela, conhecido doravante como o Morgado de Mateus. De todos os morgados, D. José Maria de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos, fidalgo da Casa Real, foi o mais famoso. O morgadio acabaria por dar origem ao actual Palácio de Mateus. O Palácio de Mateus está classificado como Monumento Nacional desde 23 de Junho de 1910. É um solar barroco, de planta em U, com ala transversal, criando um pátio interno descoberto. Num dos topos, fica a capela. É um dos solares mais emblemáticos do barroco do norte do país, com uma extraordinária articulação com os jardins envolventes. Aqui, encontramos todos os elementos da arquitectura barroca, nomeadamente a simetria, a axialidade, os frontões interrompidos, as balaustradas, as escadarias e os elevados pináculos. A fachada principal, com a ala central mais elaborada, termina em entablamento pleno e balaustrada ondulante. Uma escadaria dá acesso ao andar nobre. Continua sem se saber ao certo quem foi o autor do projecto de tão magnífico palácio. No entanto, a datação coincide com a presença do arquitecto italiano Nicolau Nasoni na região, pelo que será de lhe entregar a paternidade da obra. Em «Viagem a Portugal», José Saramago refere-se ao monumento: «Torna o viajante a Vila Real, e agora, sim cumprirá os ritos. O primeiro será Mateus, o solar do morgado. Antes de entrar, deve-se passear neste jardim, sem nenhuma pressa. Por muitos e valiosos que sejam os tesouros dentro, soberbos seríamos se desprezássemos os de fora, estas árvores que do espectro solar só descuidaram o azul, deixam-no para uso do céu; aqui têm todos os tons do verde, do amarelo, do vermelho, do castanho, roçam mesmo as franjas do violeta. São as artes do Outono, esta frescura debaixo dos pés, esta alegria maravilhosa dos olhos, e os lagos que reflectem e multiplicam, de repente o viajante cuida ter caido dentro dum caleidoscópio, Viajante no País das Maravilhas.» Em termos de património edificado, para além do Solar de Mateus, temos a Casa das Quartas, a Casa do Paço e a Casa de Urros. (Fonte: www.retratoserecantos.pt)

A freguesia de Mondrões fica situada na parte ocidental do concelho de Vila Real, um pouco descaída para sul. Implantada na encosta da serra do Alvão, é composta pelos lugares de Areias, Bisalhães, Gulpilhares, Igreja, Marinheira, Quintelas, Sapiões, Sordo (ou Seco) e Mondrões. A freguesia terá nascido no lugar do Calvário, num castro que ali terá existido. Uma sepultura antropomórfica, no Pinhal da Recta, é o testemunho desse período. O sítio arqueológico de Vales Claros, na zona de Malhadoiros / Quinta das Giestas, termo de Bisalhães, é de tipologia e de datação indeterminadas. Será provavelmente uma sepultura escavada na rocha ou uma anta. No sítio arqueológico do Penedo Redondo, foram encontrados vários vestígios do domínio romano. Segundo o abade de então, Manuel de Azevedo, esses achados consistiam essencialmente num numeroso conjunto de moedas do período imperial. O seu paradeiro é hoje em dia desconhecido. A Necrópole da Recta data do período medieval. É constituída por uma sepultura escavada na rocha, em granito, de forma antropomórfica. Fica numa rocha ao nível do chão, na encosta sudeste de um pequeno morro, sobre uma pequena linha de água. Quanto ao topónimo Mondrões, de certa forma invulgar, parece derivar do facto de a povoação ter sido sede de uma portagem durante vários séculos e que só acabou no reinado de D. Dinis. A actual freguesia foi uma vila de certa importância, tendo beneficiado do foral concedido por D. Manuel I a Penaguião, em Évora, a 15 de Dezembro de 1519. Em termos de património, uma palavra para a Igreja Paroquial, consagrada a S. Tiago. Está classificada como Imóvel de Interesse Público desde 26 de Fevereiro de 1982. Terá sido construída no século XVI e remodelada ou reconstruída em 1744. Na segunda metade do século XVIII, foram executados os retábulos. É um templo manuelino, barroco e rococó. Planta longitudinal, composta por nave única de três tramos, delimitados por pilastras e cobertos por abóbadas estreladas. A fachada principal termina em empena recortada, com decoração barroca incrustada na fachada. No interior, sobressai o coro-alto sobre arco abatido, os púlpitos sobre base pétrea, quatro capelas retabulares e o retábulo-mor em estilo rococó. A Capela de Nossa Senhora da Boa Morte, no lugar de Gulpilhares, encontra-se no centro da povoação. É um templo muito simples, de meados do século XX, contemporânea do Cruzeiro que lhe fica mesmo em frente. A Capela de S. Roque, por seu lado, é do século XVII. Estilo maneirista, com um retábulo tipo edícula no interior. A ordenação heráldica da freguesia, publicada em «Diário da República» a 20 de Setembro de 2000, é a seguinte: «Armas – Escudo de ouro, dois dólmenes de verde, alinhados em faixa, entre uma vieira de púrpura, em chefe e uma bilha anelar com dois bocais, de negro, em campanha. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco com a legenda a negro em maiúsculas : “ MONDRÕES “.» (Fonte: www.retratoserecantos.pt)

Torgueda é uma freguesia do extremo sul do concelho. Ocupa uma área de grande largura na fronteira com o vizinho concelho de Santa Marta de Penaguião. Para norte, é delimitada pelas freguesias de Campeã, Quintã, Pena, Mondrões e Parada de Cunhos. É composta pelos lugares de Arnadelo, Arrabães, Castedo, Farelães, Meneses, Moçães, Pomarelhos, Torgueda e Tuizendes. Existem na área da freguesia vários vestígios que permitem comprovar a antiguidade do seu povoamento. É o caso do sítio arqueológico de Fonte Seca, perto da aldeia de Moçães, onde foram recolhidos vestígios dispersos do Bronze Final ou da Idade do Ferro. Está hoje no Mo Museu Nacional de Arqueologia. O bracelete é em ouro, fundido em molde e martelado. Tem aro liso, de secção rectangular, e apresenta na face interna três pequenas cavidades pouco profundas, de forma aproximadamente rectangular. O povoado fortificado do Alto do Castelo terá tido uma longa ocupação entre a Idade do Ferro e a Idade Média. De médias/grandes dimensões, estava localizado num amplo cabeço destacado no vale do rio Sordo. As condições defensivas naturais eram boas e a posição estratégica excelente, porque controlava a passagem natural para sul em direcção ao Douro. A nível de material cerâmico de superfície, foi encontrado apenas um fragmento de rebordo de tégula. Também é referido o aparecimento de uma fíbula de bronze. Assim, tudo indica que este povoado terá tido origem na Idade do Ferro, com sequência de ocupação na romanização e quase de certeza na Idade Média. No habitat romano de Veiga, foram encontrados diversos vestígios de época romana, como por exemplo algumas moedas e um capacete em ferro. Actualmente, os vestígios superficiais são bastante ténues, resumindo-se a alguns fragmentos de tegula, muito rolados, num terreno de vinha murado. O habitat romano de Rodelo terá tido um povoamento que se prolongou até à Idade Média. Situava-se num pequeno vale, ao lado da Necrópole do Carvalhinho, à qual estaria associada. Foram identificados no local alguns fragmentos de tegula e imbrices, indicadores da existência de algum habitat de época romana ou medieval. A Necrópole de Carvalhinho é medieval. É constituída por quatro sepulturas escavadas na rocha granítica, de forma ovalada e antropomórfica. A necrópole divide-se em dois grupos de duas sepulturas cada. A Necrópole de Arnadelo, por seu lado, terá sido utilizada entre os séculos IX e XI. É composta por várias sepulturas escavadas na rocha, de tipo antropomórfico com almofada na cabeceira. As primeiras referências escritas à freguesia datam do século XI. Várias famílias senhoriais tinham aqui propriedades, como a Casa de Tuizendes e a Casa da Granja, dos Malheiros Cabrais, Morgados da Granja. Torgueda surge como paróquia nas Inquisições de 1220, de D. Afonso II, embora haja notícias desde 1091. A Igreja Paroquial de Torgueda, consagrada a S. Salvador, é o principal bem patrimonial da freguesia. A sua construção terminou em 1762. É uma igreja barroca, de planta longitudinal, composta por nave e capela-mor rectangular. A fachada principal, que ostenta alguma riqueza decorativa, tem remate em frontão e torre sineira adossada. O interior está ricamente decorada com talha dourada e pinturas, sobretudo as pinturas barrocas do tecto em tromp’oeil. Este templo insere-se na tipologia das igrejas forradas a ouro, com retábulos de estilo nacional. O Cruzeiro do Senhor dos Aflitos, situado à entrada do lugar de Arnadelo, data da Idade Moderna. É um típico cruzeiro de caminho em forma de estela historiada, encimada por uma escultura de Cristo. Assenta em soco constituído por três degraus quadrados. A face principal do fuste está dividida em três espaços, sendo que nos dois primeiros podem ver-se painéis em baixo relevo representando as almas entre as chamas do Purgatório e Santo António. A Capela de Santa Ana foi construída em 1724, de acordo com inscrição no lintel da porta axial. Planta rectangular e volume único, fachada principal a terminar em empena interrompida com cornija sobrelevada, suportando uma sineira de ventana. A Capela de S. João deve ter sido construída no século XVIII. A fachada principal tem frontão triangular, sendo que a sobriedade decorativa é a sua principal característica. No interior, merece destaque um retábulo em talha dourada, tipo edícula. A Capela de Santo António, situada em Moçães, é um templo setecentista, de pequenas dimensões, que se destaca pela riqueza decorativa da fachada. Essa riqueza deve-se a elementos que se sobrepõem e que acentuam a verticalidade das linhas. No interior, salienta-se um retábulo de talha dourada oitocentista. (Fonte: www.retratoserecantos.pt)

Vilarinho de Samardã é uma grande freguesia do extremo norte do concelho de Vila Real. Fica no limite com os vizinhos municípios de Ribeira de Pena e Vila Pouca de Aguiar. É ainda delimitada por Adoufe, a sul, Lamas de Olo a ocidente e S. Tomé do Castelo a oriente. É composta pelos lugares de Benagouro, Covelo, Samardã, Vilarinho de Samardã. O povoamento da freguesia remonta à época pré-histórica. Um movente de moinho manual foi identificado na área da freguesia, isoladamente e sem qualquer outro vestígio arqueológico por perto. No Alto dos Merouços, encontram-se três mamoas dos finais da Idade do Ferro, situadas junto à estrada e em bom estado de conservação. O povoado fortificado de Cividaia, da Idade do Ferro, está assente num esporão granítico limitado pelo rio Corgo. O sistema defensivo era composto por duas linhas de muralha, separadas entre si por um corredor com cerca de doze metros de largura, e um fosso externo escavado na rocha. O recinto interior era de grandes dimensões. Há referências antigas ao aparecimento de moedas dentro da zona muralhada. No Alto da Lomba, encontra-se o monumento megalítico da Veiga da Samardã. Trata-se de um monumento de média dimensão, localizado no sopé da serra do Alvão, sobre o vale do Corgo. Teria mais de vinte metros de diâmetro e cerca de dois metros de altura. Actualmente, o monumento já não tem esteios, o tumulus tem zonas revolvidas e é patente a presença de uma cratera de violação. No mesmo local, mas do período Neo-Calcolítico, é a Estela-Menir de Vilarinho da Samardã, talhada num monólito granítico e antropomórfica. A decoração organiza um conjunto de linhas que sugerem a configuração das diferentes partes constituintes de um corpo humano. Está actualmente no quintal de uma residência particular de Vilarinho de Samardã. Ainda deste local e também do período Neo-Calcolítico é a «estatueta» de Vilarinho das Samardã. Com uma altura de cerca de meio metro, é um monólito granítico abaulado que representa uma figura estranha, de contornos aparentemente fálicos na parte inferior, volumosa e arredondada na parte média e um reticulado e um agrupamento de seis covinhas (fossetes), alinhadas paralelamente a meio da peça. Poderá, afinal, ser a representação de uma mulher grávida, embora não haja grandes certezas sobre o assunto. A freguesia está documentada, em termos escritos, desde 1255. Entre 1839 e 1841, viveu na freguesia o escritor Camilo Castelo Branco, cuja irmã, Carolina, aqui casou com o médico Francisco José de Azevedo. Em termos de património, o Fojo do Lobo de Samardã está classificado como Imóvel de Interesse Público desde Julho de 1986. Já era referido por Camilo em 1877. Trata-se de uma estrutura constituída por um muro de alvenaria de pedra seca, com cerca de três metros de altura, formando um recinto de planta sub-rectangular com um um buraco para a passagem de uma ovelha. O conjunto dos espigueiros, eiras e palheiros do local de Feijoal e a Escola Primária de Vilarinho da Samardã são outros dos motivos de interesse da visita. (Fonte: www.retratoserecantos.pt)

Constantim fica na parte sudoeste do concelho de Vila Real, delimitada a norte por Mouçós, a este por Vale de Nogueira, a sul por Andrães e Folhadela e a oeste por Mateus e Arroios. Para além da sede da freguesia, é constituída pelos lugares de Cabana, Ranginha e Recta da Portela. Apesar de a tradição oral referir a ocupação destas terras pelos romanos, até há pouco tempo não havia qualquer prova que sustentasse essa ideia. Estamos perante um local muito apetecível para a fixação dos povos primitivos, pelos seus solos irrigados e férteis e pela sua constituição morfológica, pelo que o assentamento de povos romanos parecia quase obrigatório. Contudo, essa certeza só chegou com a descoberta de abundantes vestígios cerâmicos, tais como tégula, imbrex, tijolo e pedras aparelhadas de granito, na área que se estende desde a capela de Santa Bárbara até ao centro da freguesia de Constantim. Foi também descoberta, no local de Mamoas, uma pedra ou pequeno pedestal de aproximadamente um metro de altura, em forma de paralelepípedo. Este importante achado encontra-se agora numa habitação do lugar de Ranginha. Há, também, notícia do aparecimento de um «miliário ou inscrição honorífica de Trajano em Constantim», apesar de ainda não ter sido possível apurar o local do seu achamento e o local onde agora se encontra. A Vila de Constantim de Panóias teve grande importância. Entre 1096 e 1289, foi sede administrativa das “Terras de Panóias”. Foi-lhe concedido foral no ano de 1096 pelos condes D. Henrique e Dª Teresa. Mais tarde, em 1128, D. Afonso Henriques confirmou as benesses atribuídas pelos seus antecessores. É também referida nas inquirições Afonsinas de 1220 e 1258. Era maioritariamente habitada por comerciantes e artífices. O trabalho agrícola era uma actividade secundária, exercida por uma pequena parte da população. Outro sinal da sua importância é a grande Feira de Constantim, que tinha lugar nesta freguesia e que era uma das maiores feiras do Norte de Portugal. A localidade era, então, conhecida por Feira de Constantim, por influência da feira que aí se realizava. No que diz respeito ao património edificado, de salientar a Igreja de Constantim, respectivas capelas anexas e altar-mor de talha com sacrário giratório. Erigida em 1726, marca pela sua sobriedade e singeleza. É Imóvel de Interesse Público. Ainda de salientar o sacrário giratório, datado de início do século XVII. Elaborado em talha dourada, apresenta quatro episódios da Paixão de Cristo, ordenados cronologicamente: a prisão de Cristo, a Sua flagelação, o Seu calvário e a Sua ressurreição. Na capela adossada ao lado direito da fachada, está guardada a caveira de S. Frutuoso, um santo local, cuja ajuda é, ainda hoje, invocada no dia 20 de Janeiro e no último Domingo de Julho, beijando o seu crânio. Pode-se ainda visitar o Cruzeiro do Senhor do Cruzeiro, no qual se destaca a imagem de Cristo, e as Capelas de Santa Bárbara e de S. Gonçalo. Nesta freguesia podemos hoje encontrar a Zona Industrial de Vila Real, onde se concentram algumas das mais importantes empresas do concelho. Vale de Nogueiras encontra-se no extremo oriental do concelho de Vila Real, já na fronteira com o vizinho concelho de Sabrosa. É constituída pelos lugares de Assento, Carro Queimado, Carvas, Galegos, Ludares, Povoações, Stª Maria, Vale de Nogueiras. O povoado fortificado de Muragalhas data da Idade do Ferro. Era um povoado de médias/grandes dimensões, localizado num cabeço rochoso isolado no alto da pequena serra de Ludares. A posição estratégica era excelente, porque dali, dominava-se visualmente toda a área em redor. Tem uma boa implantação estratégica, com amplo domínio visual a toda a volta. Os declives naturais também ajudavam à defesa do povoado. O sistema defensivo era composto por uma linha de muralha, que rodeava o recinto interior oval a toda a volta. O santuário romano de Panóias, localizado na aldeia de Assento, é do período romano e, pela sua importância, usufrui de uma Zona de Especial Protecção. Foi um grande santuário rupestre, dedicado a várias divindades. Segundo Argote, que o descreveu em documento coevo, era constituído por onze fragas, muitas das quais já não existem hoje em dia. Nos afloramentos graníticos da colina em que está implementado, existe uma grande quantidade de vestígios, como tanques cultuais de diferentes tipologias, diversas inscrições votivas rupestres e fundações de edifícios. Por toda a área de Panóias, apareceram numerosos vestígios romanos, como inscrições de vários tipos, incluindo funerárias, moedas e cantarias. Isto significa que terá existido junto do santuário uma povoação e uma necrópole. O habitat de Queixoso / Condorca parece ser de origem romana, embora apresente também algumas características medievais. O mais provável é que tenha tido sempre ocupação durante este período. Foram recolhidos, segundo um arqueólogo espanhol, alguns fragmentos de cerâmica castreja na base do monte onde se encontra o marco geodésico de Galegos, mas, na realidade, esses fragmentos terão sido recolhidos em Queixoso / Condorca. Foram encontrados ainda alguns materiais de superfície, como tégulas bastante roladas e desgastadas, alguns materiais de escorrimento e derrubes de estruturas. O sítio arqueológico do Santuário do Monte do Clamor, ao lado da aldeia de Carvas, é composto por três capelas diferentes. A mais antiga delas tem como padroeiro Nossa Senhora de Fátima, embora tenha tido inicialmente como padroeiro S. Sebastião. É um pequeno edifício de planta rectangular, que já terá feito parte de um edifício maior, a julgar por uma parede que fica ao lado da frontaria e que não tem continuação. Terá sido, muito provavelmente, a capela-mor de uma antiga igreja medieval. De época indeterminada é o lagar de vinho da rua das Adegas. Está escavado na rocha, num penedo granítico da aldeia de Assento, a sul de Panóias. Tem dois compartimentos quadrados, num dos quais se abre um grande rego de escorrimento. Tanto poderá ser uma estrutura romana, como uma estrutura medieval. Nas Inquirições de 1220, ordenadas por D. Afonso II, existe uma referência à paróquia de «Sancto Petro de Val Nugueira». Ao longo dos séculos, Vale de Nogueira esteve no centro administrativo da região de Panóias. Recebeu carta de foral, concedida por D. Afonso III, em Guimarães, a 2 de Abril de 1258. Em 1296, o abade D. Martinho do Mosteiro de Pombeiro e o arcebispo de Braga, no contexto de vasto escambo de terras e igrejas, fizeram um negócio: o abade cedeu à mitra primaz a Igreja de S. Pedro de Valnogueiras. Galegos, hoje um lugar da freguesia, também teve foral manuelino no século XV. Um outro lugar, Assento, foi importante povoação na Antiguidade e na Idade Moderna. Correspondendo o seu território a Panóias, foi cabeça não só dos lugares do então termo de Vila Real, mas também dos concelhos de Murça, Jales, Alijó, Favaios, Canelas e Parada de Pinhão. Em relação ao património edificado, uma primeira palavra para a Igreja Paroquial de S. Pedro, no lugar de Assento. Apesar das múltiplas alterações que sofreu, percebe-se ainda o arco gótico do portal principal, o que significa que tem origem medieval. Há referências antigas sobre a existência de uma necrópole de sepulturas escavadas na rocha nas proximidades da igreja, mas não os próprios vestígios. Hoje em dia, estamos na presença de um templo que apresenta características maneiristas, tardo-barrocas e neo-góticas. É uma igreja de planta longitudinal, composta por nave única e capela-mor, com sacristia adossada ao lado norte e campanário separado. A fachada principal termina em empena. No interior, cuja cobertura é em madeira, de masseira, destacam-se os retábulos de talha maneirista e neoclássica. As pinturas da cobertura da nave são típicas dos anos 40 / 50 do séc. XX, facto que prova uma certa descaracterização que o templo foi sofrendo ao longo dos séculos. O Pelourinho de Galegos está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 11 de Outubro de 1933. Deve ser coevo do foral manuelino atribuído à povoação em 12 de Novembro de 1519. É um pelourinho de bloco, situado junto do antigo edifício dos Paços do Concelho. É constituído por um embasamento circular, alto, de duas fiadas de silhares, sobre o qual assenta uma base monolítica circular com encaixe central para o fuste. A zona do capitel está representada através de um engrossamento em forma de cubo com as faces irregularmente decoradas com caneluras, formando X. A ordenação heráldica da freguesia, publicada a 4 de Julho de 2005, é a seguinte: « Armas – Escudo de verde, duas bilhetas de prata postas em pala e alinhadas em faixa; em chefe, duas chaves, uma de ouro e outra de prata, com os palhetões para o chefe e passadas em aspa; em campanha, cruz da Ordem de Cristo, filetada de prata. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco, com a legenda a negro: “ VALE DE NOGUEIRAS“.» (Fonte: www.retratoserecantos.pt) (Fonte: www.retratoserecantos.pt)

Lamares, situada a cerca de setecentos metros de altitude, é uma freguesia do extremo oriental do concelho de Vila Real, na fronteira com o de Sabrosa. Dentro de Vila Real, é delimitado por Justes a norte, S. Tomé do Castelo e Mouçós a ocidente e Vale de Nogueiras a sul. O sítio arqueológico de Veiga de Lamares é constituído por um monumento megalítico do período Neo-Calcolítico. Trata-se de um vasto terreno aplanado, no qual existiriam dois pequenos monumentos, antas ou dólmens, para enterramento dos mortos. Estaria associado a um povoado do mesmo período, até porque os ribeiros ali existentes facilitavam a vida quotidiana. O povoado fortificado de Murada data da Idade do Ferro e, pela sua importância, está em vias de ser classificado. Trata-se de um povoado de média dimensão, implantado num morro granítico com boas condições defensivas e uma ampla visibilidade sobre as terras em redor. Tinha uma linha de muralha, protegida por um perímetro oval. Existia ainda uma segunda linha de muralha, construída para prevenir a debilidade defensiva que se verificava em certos locais. Actualmente, ainda é possível observar alguns troços dessas linhas defensivas. No entanto, não foi recolhido qualquer fragmento cerâmico ou outro tipo de material. Do mesmo período é a Necrópole de Lameira Redonda, situada a norte da sede da freguesia. Aí se encontra uma sepultura escavada no afloramento granítico, de formato oval e orientação leste / oeste. A antiga freguesia de S. João Baptista de Lamares era uma vigaria anexa à freguesia de S. Lourenço de Riba – Pinhão. Existiam outrora quatro confrarias: a de Nossa Senhora do Rosário, do Santo Nome de Jesus, de S. Sebastião e de S. João Baptista. Em Lamares, passava a chamada estrada real, que dava grande movimento à localidade. O actual lugar de Gache também teve uma importância relevante no passado. Recebeu carta de povoamento no ano de 1209. A Igreja Paroquial, consagrada a S. João Baptista; a Capela de Santo António; a Capela de Santa Sofia; a Capela do Calvário; e a Capela de Santa Margarida são alguns dos monumentos em Lamares que merecem uma visita. Em relação à Igreja Paroquial, é um edifício setecentista muito simples. A fachada principal termina em empena. Pequena janela rectangular acima do portal principal. Do lado direito, tem adossada uma torre sineira com campanário no topo. Quanto à Capela de Santa Margaride, em Gache, tem o interior de espaço único e de um só altar. No retábulo, o centro é ocupado, acima do sacrário, por Santa Margarida; à esquerda, a imagem de “Mater Dolorosa” e à direita, S. Sebastião. O chão é de madeira. Ao fundo, coro alto com balaustrada e acesso pelo exterior. Exteriormente, tem torre sineira adossada. A Capela de Santa Sofia é muito pequena, quase um oratório. A fachada principal termina em empena. (Fonte: www.retratoserecantos.pt)

Pena situa-se na parte norte do concelho de Vila Real. De razoáveis dimensões, é delimitada a norte por Vila Marim e Vila Cova, a sul por Torgueda, a ocidente por Vila Cova e Quintã e a oriente por Mondrões. O sítio arqueológico de Cruzeiro da Pena é um povoado fortificado de média dimensão, datado da Idade do Ferro. Está localizado na encosta sul da serra do Alvão, numa excelente posição estratégica e de defesa natural. Era composto por duas linhas de muralha, preservando um interior de formato irregular. Foram recolhidos alguns fragmentos de cerâmica, bastante rolados, mas que permitem supor uma cronologia da Idade do Ferro. No centro da aldeia, numa encosta da serra do Marão, a Necrópole de S. Miguel da Pena parece datar do período medieval – terá sido utilizada entre o século IX e o século XI. Ali se encontram quatro sepulturas escavadas no afloramento rochoso. As que se encontram mais evidentes formam dois grupos de duas sepulturas cada, situados em planos diferentes, embora com uma orientação semelhante. São todas antropomórficas. No sítio arqueológico de Gontães, existem vestígios de uma ferraria provavelmente medieval. São abundantes os vestígios encontrados, dispersos por várias zonas da freguesia. Na zona chamada de Castanheiro da Vaca, encostada a um ribeiro, um grande depósito de escórias de ferro; noutros dois pontos distintos da aldeia, encontram-se dois conjuntos daquilo ao que se chama localmente as “malgas dos mouros”, e que poderão talvez também ser vestígios de actividade metalúrgica. Trata-se de uns quinze buracos redondos abertos na rocha ao nível do solo, fortemente polidos, de dez ou vinte centímetros de diâmetro. A sua função parece estar relacionada com o tratamento do minério. No século XII, o actual território da freguesia foi coutado por D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques e delimitado por marcos de couto. Ou seja, passou a ter privilégios, que tinham como objectivo estimular o desenvolvimento daquela zona. Em termos de património, a primeira referência vai para o Cruzeiro do Senhor dos Aflitos. Situado no lugar da Foz, ao lado da Capela de Nossa Senhora da Guia, ergue-se sobre uma plataforma sobrelevada relativamente ao caminho. Sobre soco de planta quadrangular irregular, ergue-se um fuste de secção rectangular, possuindo na face frontal, a meia altura, uma cavidade para a caixa das esmolas. Acima, um silhar rectangular com grupo escultórico. A figura de Jesus Cristo aparece com os pés sobrepostos, cabeça inclinada para a sua direita e coroada e mãos pregadas com os dedos em posição de bênção. Ao lado, encontra-se a Capela de Nossa Senhora da Guia. Construída no século XVII ou XVIII, é uma capela de planta longitudinal simples, cuja fachada principal termina em empena truncada por sineira. As fachadas laterais simétricas são rasgadas por fresta de capialço na zona do altar-mor. A Capela de Nossa Senhora da Conceição, uma ponte no lugar da Foz e o Cruzeiro na Igreja de S. Miguel da Pena são outros dos motivos de interesse da freguesia. Quintã está situada da zona ocidental do concelho de Vila Real, situada entre Vila Cova, Campeã, Torgueda e Pena. Apresenta uma situação geográfica especial, uma vez que os seus terrenos recebem dos montes as águas que, infiltrando-se no solo, o tornam propício para a agricultura. O seu povoamento remonta ao período Neo-Calcolítico, como o comprova o monumento megalítico do Sardoeiro, recentemente destruído pela instalação de uma pista de motocrosse. Resta apenas uma ligeira elevação, do fundo da mamoa. Originalmente, seriam três as mamoas existentes neste local, cada uma delas com aproximadamente quinze metros de diâmetro. Situavam-se nas proximidades uns dos outros, na veiga plana do rio Sordo, na margem direita. Também existiram algumas mamoas no lugar do Coto, mencionadas por Henrique Botelho, mas delas também nada resta. Do período romano é uma ponte sobre a ribeira de Sordo, em pleno vale da Campeã. Da estrutura original, existem apenas alguns troços. É uma ponte de arco, lançada sobre o rio, com tabuleiro plano sobre um só arco e alminhas novecentistas. A independência municipal desta freguesia é relativamente recente. Data apenas do século XX, tendo sido o seu território desanexado do território da freguesia de S. Miguel da Pena. Em termos de património edificado, para além da referida ponte, temos um Cruzeiro em Vale da Bouça e o Fontanário de Folgada. Vila Cova situa-se no extremo ocidental do concelho de Vila Real, no limite com o vizinho concelho de Mondim de Basto. É composta pelos lugares de Mascozelo e de Vila Cova. O seu povoamento remonta à época pré-histórica. Em Arnal, o sítio arqueológico de Planalto do Vaqueiro é composto por um afloramento de rocha metamórfica, gravado com sete covinhas. A sua datação é indeterminada, mas claramente pré-histórica. Da Idade Média, são vários achados isolados na sede da freguesia, como é o caso de um sarcófago granítico de forma trapezoidal com contorno interior antropomórfico. Em termos administrativos, Vila Cova fez parte do concelho de Ermelo até 1853, data em que o mesmo foi extinto. O seu desenvolvimento deveu-se em grande parte às minas do Faruca, Lameiro do Bicheiro e Vale do Cieiro, que tiveram papel economicamente de relevo em toda a região. No que diz respeito ao património edificado, uma primeira palavra para a Igreja Paroquial de S. Tiago. Flanqueando a rua principal da povoação, é um templo maneirista, tardo-barroco e neoclássico, construído em 1570 mas com grandes alterações e acrescentos posteriores. A fachada termina em empena de friso e acresenta características nitidamente tardo-barrocas. No interior, salientam-se os retábulos laterais, de transição do rococó para o neoclássico, e o retábulo-mor maneirista e rococó. Os Cruzeiros de S. João e de S. Gonçalo e a Ponte de Vila Cova são também elementos patrimoniais interessantes. (Fonte: www.retratoserecantos.pt)

S. Tomé do Castelo é a maior freguesia do concelho de Vila Real. Instalada na ponte norte do município, é delimitada a norte pelo vizinho município de Sabrosa, a sul por Mouçós e Lamares, a oeste por Vilarinho de Samardã e Adoufe e a leste por Justes. É constituída pelos lugares de Águas Santas, Fortunho, Leirós, Linhares, São Cosme, São Tomé do Castelo e Vila Meã. Ficava nesta freguesia o Castelo de S. Cristóvão, cabeça da terra medieval de Panóias. Ficava num cabeço íngreme, na serra da Padrela, sobre o vale do rio Corgo, de onde se avistavam todas as terras em redor. O povoado fortificado associado ao castelo roqueiro situava-se no sopé oeste do morro. A muralha do povoado formava um circuito ovalado. Foram recolhidos à superfície alguns fragmentos de cerâmica, feita a torno e de pastas claras ou cinzentas. A Atalaia das Fragas da Torre data do período medieval e é um dos vestígios arqueológicos localizados na área da actual freguesia. Estava implantado num pequeno cabeço pedregoso, formado por uma plataforma rochosa aplanada. Ainda subsistem vestígios de um dos muros da torre. A cerca de quinhentos metros, encontrava-se o povoado fortificado medieval de São Cristovão, que foi sede da antiga terra medieval de Panóias. Esta atalaia, dada a sua proximidade, devia estar relacionada com esse povoado. O Habitat de Pena do Ujo é pré-histórico. Estava implantado num outeiro pedregoso com boas condições de defesa. Foram recolhidos à superfície alguns fragmentos de cerâmica lisa, com superfícies alisadas. Outros vestígios grãos de quartzo de pequeno e médio calibre. No local funcionou uma pedreira que afectou o habitat. Da época romana é a via da Sainça, ou melhor, o que resta dela. Trata-se de um troço viário com lajes graníticas de média e grandes dimensões, localizado na área da encosta da Falperra. O Marco de Xodreiros é de datação indeterminada. É um marco divisório dos territórios concelhios de Vila Pouca de Aguiar, Vila Real e Sabrosa. Tem alguns motivos cruciformes gravados em ambas as faces. De um dos lados tem gravado as letras R C. A nível eclesiástico, a Igreja de S. Tomé do Castelo foi anexa da reitoria do Salvador de Mouçós. Existiam nesta freguesia duas irmandades: uma de S. Tomé e outra de Nossa Senhora do Rosário. Existiam também duas confrarias: a do Santo Nome de Jesus e a de São Sebastião. Em termos de património edificado, uma palavra para o Cruzeiro de Nossa Senhora dos Aflitos. É um cruzeiro de encruzilhada setecentista com grupo escultórico do Senhor na Cruz, de um lado, e de Nossa Senhora, no outro. Há vários outros cruzeiros de interesse um pouco por toda a freguesia. A Capela de Santa Marinha, no lugar de Águas Santas, continha no seu interior uma água que, diziam os mais antigos, era milagrosa. Justes ocupa uma área no extremo oriental do concelho de Vila Real, exactamente no limite com o vizinho município de Sabrosa. No sítio arqueológico de Lameiras da Póvoa / Bouça, no sopé do Monte de Cabeça Gorda, existe um conjunto de monumentos megalíticos datados do período Neo-Calcolítico. São quatro mamoas, situadas muito perto umas das outras, actualmente cobertas por muita vegetação, de diâmetro médio e muito destruídas. Em algumas, ainda é possível vislumbrar os esteios da estrutura. Do período Neo-Calcolítico, são também os achados recolhidos numa aldeia da sede da freguesia. Trata-se, no que diz respeito ao achado mais importante, de um machado de anfibolito, que estava depositado na calçada e que foi guardado por aquele que é o seu proprietário, um habitante da localidade. Da Idade Média é a Necrópole do Couto, implantada a sul da sede da freguesia. É constituída por oito sepulturas, dispersas por toda a área do tapado. Um primeiro núcleo encontra-se no sector norte do tapado e é constituído por três exemplares, sendo que dois deles possuem um formato oval. Quanto ao terceiro, apresenta uma estrutura dupla de tipologia trapezoidal. As restantes cinco sepulturas encontram-se a cerca de quinze metros para sudeste do primeiro núcleo. Laje de S. Miguel, no lugar de Cancelo, na margem direita da ribeira de Justes, é uma outra necrópole da Idade Média, constituída por várias sepulturas escavadas na rocha. Subsistiram até hoje três sepulturas escavadas na rocha, uma de forma ovalada, uma outra onde se destaca um desenho de tipologia trapezoidal antropomorfista e uma última que revela uma tipologia trapezoidal, com rebordos altos, mas que não está concluída. Os desaterros que levaram à construção do IP 4 resultaram na destruição de muitas das sepulturas desta necrópole. O habitat de Ceides / Bouças englobava, na Idade Média, uma área superior a um hectare. Desse período, ficou um conjunto de fragmentos cerâmicos de tipologia medieval. Foram recolhidas no local algumas mós manuais, pedra aparelhada e quantidades significativas de cerâmica negra. Este lugar, o de Ceides, recebeu carta de foral em 1217, passada pelo rei D. Afonso II. O objectivo era desenvolver uma povoação que contava apenas com seis moradores, sendo que por moradores, aqui, deve entender-se fogos. No passado, Justes fez parte da freguesia de Lamares. A sua existência como povoação viria a constituir-se na sequência da carta de povoamento outorgada pelo Mosteiro de Pombeiro, em 1 de Agosto de 1222, a Pedro Fernandes e sua mulher, Maria Boa, Pedro Sobrinho e esposa, Maria Eanes, João Pires e esposa. A sua instituição paroquial é relativamente recente. Em termos de património, a Capela de Santa Maria Madalena está classificada como Valor Concelhio. Situa-se no centro da povoação, num largo rodeado por edifícios descaracterizados. Trata-se de um imóvel maneirista, onde sobressai, no interior, a cobertura de madeira, a da nave em masseira e a da capela-mor em falsa abóbada de berço abatido, e um retábulo de talha dourada e policroma. (Fonte: www.retratoserecantos.pt)

S. Dinis é uma das freguesias, a mais pequena, da cidade de Vila Real. Ocupa a parte sudoeste da cidade. A existência da freguesia confunde-se com a existência da própria cidade de Vila Real. Em termos eclesiásticos, a freguesia de S. Dinis foi dependente eclesiasticamente da freguesia de Santa Marinha de Vila Marim, uma das mais importantes do termo, antes de obter a independência paroquial. Em termos de património edificado, temos a Igreja Paroquial de S. Dinis. Ampliada nos fins do século XV, foi mandada construir pelo Rei Lavrador. Está incluída na Zona de Protecção da Capela de S. Brás. Terá sido construída nos inícios do século XIV, embora com alterações posteriores, facto que lhe confere uma fisionomia românica e barroca. A Capela de S. Brás está classificada como Monumento Nacional. Situada na extremidade sul do antigo núcleo medieval da cidade, foi construída no século XIV. Templo medieval e manuelino, caracteriza-se pela sobriedade exterior e pela grande qualidade das pinturas murais interiores. Aqui está sepultado João Teixeira de Macedo, fidalgo da Casa Real e do Conselho do Rei. A Sé de Vila Real está também classificada como Monumento Nacional. É uma igreja gótica, de planta em cruz latina, de três naves com três tramos, capela-mor rectangular e fachada escalonada. O Pelourinho de Vila Real simboliza a sua independência municipal. É Imóvel de Interesse Público. É um pelourinho de gaiola revivalista, com fuste octogonal e capitel tronco-piramidal. S. Pedro é uma das freguesias urbanas de Vila Real. Aqui se encontram as principais actividades comerciais do concelho e alguns dos seus principais monumentos. Historicamente, era esta a zona das profissões de Vila Real: os ferreiros, os moleiros, e os agricultores abastados da cidade. Os inúmeros monumentos existentes demonstram bem a importância histórica desta freguesia. A Capela de S. Lázaro, conhecida também como Capela de Santa Catarina, insere-se no tecido urbano do Bairro de Santa Margarida. Construída em 1520 pelos artistas mecânicos do Bairro, recebeu a designação de S. Lázaro a partir dos inícios do século XVII. O revestimento azulejar das paredes e a feitura do retábulo-mor só foram concluídos no século XVIII. É um templo de planta longitudinal simples, com sacristia adossada. A fachada principal termina em empena, com portal de verga recta, ladeado por frestas. Há um contraste evidente entre a simplicidade exterior e a decoração interior, sobretudo graças ao revestimento azulejar, à cobertura de madeira em masseira e ao retábulo-mor em talha dourada, estilo nacional. A Ponte de Santa Margarida, construída em 1490, deveu-se à iniciativa de D. Pedro de Castro, Abade de Mouçós, que contribuiu com 400$000 réis para a sua conclusão. É uma estrutura de arco com tabuleiro plano sobre um único arco de volta perfeita. O Convento de S. Francisco foi reconvertido a partir de 2003 para dar lugar ao Arquivo Distrital. Nossa Senhora da Conceição de Vila Real é uma das freguesias que fazem parte da sede do concelho, a maior das três freguesias urbanas do município e, simultaneamente, a mais recente. Essencialmente terciária, como as suas congéneres da cidade, tem como principais actividades económicas o comércio e os serviços. É a freguesia mais populosa do concelho e a segunda com maior densidade populacional. Aqui se encontra, por exemplo, o o Regimento de Infantaria de Vila Real, o mercado de Roupas, a zona de lazer de Codessais, o Cemitério de Santa Iria, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição e a cadeia central do distrito de Vila Real. Há vestígios da presença humana nesta área da cidade de Vila Real desde o período romano. No Museu Nacional de Arqueologia, encontra-se actualmente um fragmento de uma estela funerária romana que foi recolhido na actual área da freguesia. É de granito e apresenta um resto de inscrição: …VS C… / XXX H S E. Existiu em tempos, na freguesia, uma pequena Capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição. No entanto, viria a ser demolida antes ainda da extinção do Convento de S. Francisco. O crescimento crescente desta parte da cidade levou à criação da freguesia de Nossa Senhora da Conceição em 23 de Novembro de 1960, com a publicação do Decreto-Lei número 43 347, de 23 de Novembro. Para a sua criação, foi desmembrado o território das freguesias de com território cedido pelas freguesias limítrofes de São Dinis (Traslar), São Pedro (envolvente à Av. D. Dinis, Santa Iria, Bairro de São Vicente de Paulo, Codessais), Borbela (Montezelos, São Mamede, Timpeira), Mouçós (Bairro de Santa Maria) e Mateus (Bairro da Pimenta). A sede da freguesia está localizada no Bairro que iniciou a comunidade de fregueses, o Bairro de S. Vicente de Paulo. A instituição paroquial da freguesia data de Outubro de 1977. No ano seguinte, também no mês de Outubro, iniciaram-se as obras de construção da Catedral de Vila Real, muito por acção do Monsenhor João Costa. Quanto ao nome da freguesia, Nossa Senhora da Conceição é uma invocação de Maria, mãe de Jesus, e um nome relativamente recente no nosso país. O dia 8 de Dezembro é o dia de Nossa Senhora da Conceição. Neste dia, dogma da Imaculada Conceição foi definido pelo papa Pio IX em 1854. A instituição da ordem militar de Nossa Senhora da Conceição por D. João VI sintetiza o culto que em Portugal sempre teve essa crença antes de ser dogma. Em termos de património, existem na freguesia as Capelas de Nossa Senhora da Esperança e de Nossa Senhora dos Remédios. A Casa Agrícola da Levada, em Timpeira, é limitada pelo rio Corgo, o que permite excelentes panorâmicas. Foi autor do projecto, em 1922, o arquitecto Raul Lino. Está transformada, actualmente, em turismo de habitação. Como é apanágio dos projectos de Raul Lino, combina uma arquitectura elegante e decorativa com a sobriedade dos materiais da região. Tem dez quartos e uma oferta de dezoito camas. Continuando uma tradição que vem do passado, pão, mel e compotas são produzidos na quinta. A Casa da Timpeira, por seu lado, situa-se na Quinta dos oAzevedos. Foi construída no século XVI e ampliada no século XVIII. No século XX, foi alvo de obras de restauro. A casa sempre pertenceu à família dos Azevedo, salvo durante um curto espaço de tempo no século XIX, tendo sido recuperada pelo avô da actual proprietária. Nos anos de Oitocentos, foi um activo centro político em torno do Conselheiro António de Azevedo Castelo Branco. Viveu nesta casa o padre António de Azevedo, mestre de Camilo Castelo Branco. Uma biblioteca camiliana na casa evoca essas memórias. Está hoje transformada em unidade de turismo rural. Tem quatro quartos e uma oferta de seis camas. Quanto à Igreja Matriz, é um edifício moderno, que se coaduna com a juventude da própria freguesia e paróquias. A ordenação heráldica da freguesia, publicada em 8 de Julho de 2004, é a seguinte: Armas – Escudo de azul, com um monte de três cômoros de ouro, movente de campanha de três tiras ondadas de prata e azul; em chefe, coroa mariana de ouro. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: “ VILA REAL – NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO ”. Talvez por ser uma freguesia jovem, é também muito dinâmica a nível associativo, algo que tem uma explicação lógica. Ao reorganizar uma freguesia nova, foi preocupação do seu pároco, João Gonçalves da Costa, pedir a colaboração das crianças e dos jovens, utilizando as suas potencialidades para conseguir um futuro melhor para a freguesia. Das várias colectividades existentes, destaque para o Rancho folclórico de Nossa Senhora da Conceição, para o grupo de cavaquinhos dos Vicentinos e para o Agrupamento de Escuteiros número 295. (Fonte: www.retratoserecantos.pt)

Vila Marim é uma das maiores freguesias do concelho de Vila Real. Situa-se numa comprida faixa da parte norte do município, no limite entre este concelho e o vizinho concelho de Mondim de Basto. É constituído pelos lugares de Agarez, Arnal, Galegos da Serra, Quintela, Ramadas e Vila Marim. Estamos em presença de uma freguesia com inúmeros vestígios arqueológicos. O Menir de Vila Marim, que hoje se encontra junto da Igreja Paroquial, data do período Calcolítico e apresenta grandes dimensões. Do período romano é uma sepultura encontrada em Outeiro das Pombas. Em Agarez, também deste período, foi achado um tesouro de moedas em bronze (alguns milhares), cujo paradeiro é hoje desconhecido. O povoado fortificado de Outeiro do Santo data da época medieval. Era um povoado de pequenas dimensões, sobranceiro à aldeia de Agarez, num cabeço situado na serra do Alvão. Poderá também ter sido um castelo roqueiro, dados os vestígios cerâmicos encontrados. Ao longo da sua história, desempenharam papel importante as várias minas existentes. Hoje desactivadas, constituíram um importante espaço de emprego para os moradores daquela área. Em termos de património edificado, a Torre de Quintela, muito antiga, foi propriedade do Conde de Vimioso. É Monumento Nacional. Construída no século XIII e remodelada no século XV, é uma torre senhorial românica e gótica de planta quadrada. A Igreja Paroquial de Santa Marinha conserva ainda alguns elementos da sua origem medieval, como é o caso das linhas de cachorrada que ladeiam o portal principal. De um dos lados, existe uma porta em arco de volta perfeita. (Fonte: www.retratoserecantos.pt)